segunda-feira, 30 de março de 2015

Polêmica do Código Florestal chega às telonas

 

 
Em meio à pior crise hídrica em mais de 80 anos em São Paulo, o documentário A lei da água - Novo código florestal chega aos cinemas para enriquecer o debate. Dirigido por André D"Elia (de Belo Monte: Anúncio de uma guerra) e com produção executiva de Fernando Meirelles, o filme destrincha os pontos mais polêmicos do código florestal - como a anistia de 29 milhões de hectares desmatados ilegalmente no país, a diminuição das áreas de proteção nas encostas íngremes e topos de morros, manguezais, matas ciliares e nascentes. Graças ao financiamento do próprio público, o filme será exibido em sessão única hoje em Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, Curitiba, Porto Alegre e Belo Horizonte.
"Começamos a fazer uma pesquisa segmentada por veículos - mídia impressa, internet, televisão. Montando a estrutura do roteiro, vi que a água permeava todo o assunto, principalmente se levar em consideração o foco do filme, que é levantar a questão econômica", destaca D"Elia.
 O longa dá voz à comunidade científica, deixada de lado no momento de modificar o código florestal. "No final da votação do código, os ruralistas conseguiram vender a ideia de que houve um equilíbrio entre a vontade deles e dos ambientalistas", lembra Fernando Meirelles. "Não houve equilíbrio, foi modéstia deles: a bancada ruralista venceu por 7 a 1. Eles saíram felizes e o Brasil saiu perdendo."
Outro ponto enfatizado é o fato de que a proteção do meio ambiente não prejudica a produção agrícola. Pelo contrário, como lembra Antônio Nobre, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), o maior insumo da agricultura é a água, que depende da preservação das florestas. "O agricultor que há anos viu seus riachos secarem, que está endividado, já entende que deve sim preservar água. Muitos proprietários estão restaurando suas nascentes porque acham que água é importante, não porque a lei manda", afirma D"Elia.
A ideia de distribuir o filme nas salas comerciais por meio do financiamento coletivo é mais uma estratégia para engajar a plateia. "É uma forma de levar adiante a mensagem de que a sociedade tem essa responsabilidade e pode sim recuperar essas áreas", ressalta o cineasta, lembrando que as exibições são complementadas por um debate. Sem fins lucrativos, a verba do filme será revertida para sua divulgação em universidades, escolas, sindicatos rurais e comunidades carentes. Neste mês, o documentário foi exibido na Câmara dos Deputados, em sessão organizada pela Frente Parlamentar Ambientalista. 
 
A lei da água - Novo código florestal
Exibição do documentário. Hoje, às 21h30, na sala 8 do Espaço Itaú CasaPark. Ingressos à venda no https://agua.catarse.me
 
Veículo: CORREIO BRAZILIENSE - DF                                                     
Editoria: DIVERSÃO E ARTE                                              
Autor: Anna Beatriz Lisbôa Especial para o Correio
Data: 30/03/2015

sexta-feira, 27 de março de 2015

Morreu Herberto Helder, a voz mais fulgurante da poesia portuguesa


Morreu na segunda-feira o grande mago da poesia portuguesa actual. Herberto Helder tinha 84 anos e publicara há pouco A Morte Sem Mestre, livro onde se mostrava a morrer, mas ainda tocado por esse poder criador que o tornou único.
O poeta Herberto Helder morreu esta segunda-feira na sua casa de Cascais, aos 84 anos, e apenas alguns meses após o lançamento de A Morte Sem Mestre (2014), um ofício de trevas, irado e irónico, e às vezes de uma crueza sem bálsamo: “e eu que me esqueci de cultivar: família, inocência, delicadeza,/ vou morrer como um cão deitado à fossa!”. Outras vezes sabendo que os seus misteriosos dons criadores ainda não o tinham deixado de todo: “(…) a morte faz do teu corpo um nó que bruxuleia e se apaga,/ e tu olhas para as coisas pequenas/ e para onde olhas é essa parte alumiada toda”.
Como Pedro Mexia refere na sua reacção à morte do poeta, não tardará a tornar-se pacífico que Herberto Helder é o poeta central da segunda metade do século XX, como Pessoa o foi da primeira. Mas é uma centralidade que é ao mesmo tempo uma anomalia, porque a mágica e bárbara linguagem de Herberto, mesmo na sua versão atenuada dos últimos livros, parece vir do fundo dos tempos e ter nascido por engano nesta modernidade.

Não há na poesia portuguesa pós-Pessoa nenhum poeta que tenha exercido um tal poder de atracção e gerado tantos epígonos. E nenhum mais absolutamente impossível de imitar com proveito.
Quem leu desprevenidamente esses primeiros livros de Herberto, nos anos 60 e 70, há-de ter experimentado essa sensação de que a poesia só podia ser aquilo. Foi sempre esse o maior e mais estranho dom de Herberto Helder: convencer-nos (ainda que injustamente) de que escreve directamente em poesia, como se a poesia fosse a sua língua materna, e todos os outros poetas se limitassem a traduções mais ou menos conseguidas de um idioma perdido de que só ele detinha a chave.
Nada poderia estar mais longe desta pós-modernidade culta, enfadada, cínica e céptica, do que o entendimento que Herberto tinha da poesia. Numa extraordinária entrevista que concebeu para uma revista galega e que o PÚBLICO divulgou em 1990, ele próprio escreve: “(…) o poema é um objecto carregado de poderes magníficos, terríficos: posto no sítio certo, no instante certo, segundo a regra certa, promove uma desordem e uma ordem que situam o mundo num ponto extremo: o mundo acaba e começa”. Herberto Helder não vinha entreter ninguém, vinha para viver aquilo a que um dia chamou, com inteira propriedade, a sua vida verdadeira.
Apenas um ano antes de A Morte Sem Mestre, que assinalou a passagem da sua obra para a Porto Editora, o poeta lançara em 2013, na Assírio & Alvim, o livro Servidões. Mas fora sobretudo com A Faca Não Corta o Fogo (2008) que se tornara um caso de consenso crítico quase absoluto.

O maior depois de Camões
“Herberto Helder foi um poeta poderoso, a sua obra foi um centro de atracção e um horizonte em relação ao qual todos os seus contemporâneos tiveram de se situar”, diz o crítico António Guerreiro. “Como antes tinha acontecido com Fernando Pessoa, também houve um ‘efeito Herberto Helder’”.
Visivelmente emocionada com a notícia da morte de Herberto Helder, a escritora Maria Velho da Costa disse ao PÚBLICO que “morreu o maior poeta português depois de Luís de Camões”. A romancista, que vê em A Morte Sem Mestre “um longo poema, belíssimo”, conclui com um apelo: “Se as minhas palavras tivessem alguma influência, eu propunha um dia de luto nacional”.
“Quando morre um poeta com a dimensão de Herberto Helder, o que sentimos é que não apenas morreu um poeta mas a poesia”, declarou ao PÚBLICO o poeta madeirense José Tolentino Mendonça. “Nestes casos o luto torna-se insuportável e, ao mesmo tempo, este luto faz-nos perceber que Herberto Helder é imortal com a sua obra. Daqui a mil anos, se subsistir um falante de língua portuguesa, a poesia de Herberto Helder subsistirá”.
Num testemunho recolhido pela agência Lusa, o crítico e poeta Pedro Mexia considera que “o lugar de Herberto Helder na literatura portuguesa equivalerá ao de Fernando Pessoa na primeira metade do século XX”, algo que, acrescenta, “se começou a dizer há algum tempo e que se tornará, com o tempo, uma coisa pacífica, sem prejuízo dos grandes poetas da geração dele”

Desde O Amor em Visita, ainda no fim dos anos 50, até A Morte sem Mestre, já em pleno século XXI, a produção escrita de Herberto Helder criou um universo em permanente expansão e revisão, um poema contínuo constantemente reescrito. Cuja última formulação ficou agora irremediavelmente fixada pela sua morte nos recém-lançados Poemas Completos (Porto Editora, 2014), um título, aliás, algo desconcertante para quem nunca parece ter visto na sua obra uma sucessão discreta de poemas autónomos e fechados.
Se é inegável que Herberto Helder é hoje um poeta muito conhecido, a ponto de cada novo livro se esgotar num ápice – o que não quer necessariamente dizer que tenha assim tantos leitores –, nunca alimentou essa notoriedade com a exibição da sua pessoa civil. Já na sua poesia, pode dizer-se que os seus últimos livros assinalam uma inflexão marcada por uma mais nítida e declarativa dimensão autobiográfica, com todas as cautelas que a palavra exige quando aplicada a um poeta.
“Os meus restos mortais”
“Foi muito inesperado”, confessa o poeta Gastão Cruz sobre a morte de Herberto. “Tinha tido um contacto recente com ele, o que já não acontecia há algum tempo”, conta. No final de Janeiro Herberto enviou-lhe um exemplar dos Poemas Completos com uma dedicatória: “Aqui vão os meus restos mortais”.
Gastão Cruz lembra que conviveu muito com o poeta mais velho nos anos 60 e 70. “Primeiro, no restaurante Toni dos Bifes, ao lado do prédio onde vivia Carlos de Oliveira, e depois da morte de Carlos de Oliveira no café Monte Carlo.
Herberto era muito amigo do poeta de Sobre o Lado Esquerdo e “sentiu muito a sua morte”, diz Gastão Cruz: “A morte afectava-o, ele manifesta uma grande dificuldade em enfrentar o envelhecimento e a morte, e isso é muito visível em Servidões e em A Morte sem Mestre”.

Num e no outro livro, diz ainda, “vai por caminhos de linguagem diferentes dos anteriores, mais metafóricos, mas continua a ter uma linguagem fulgurante, só que com mais referências ao concreto”. A última poesia de Herberto “era de uma grande força verbal”, diz, e “mantinha uma ligação profunda com o que sempre foi a poesia dele, uma poesia de um poema único”.
O poeta prefere não estabelecer comparações, mas não hesita em afirmar que Herberto é um dos nomes de primeira linha da poesia portuguesa. “É extraordinário como na segunda metade do século XX, depois de um fenómeno como Fernando Pessoa, a poesia conseguiu renovar-se”, nota. “Surgiram poetas excelentes e ele é um dos maiores dessa geração onde estão Ruy Belo, Luiza Neto Jorge, ou poetas um pouco mais velhos, como Sophia e Carlos de Oliveira”.
Sobre a marca que Herberto deixa, Gastão Cruz remete para um ensaio de António Ramos Rosa, Herberto Helder – Poeta Órfico, onde este diz que Herberto Helder “é um poeta visionário e um poeta órfico da estirpe de um Hölderlin ou de um Rilke”.
A sua poesia “cruza o modernismo e o surrealismo com algumas coisas dos poetas do romantismo alemão”, mas há nela “uma intensidade própria” que Gastão Cruz associa a algo que o poeta um dia lhe confidenciou: “Disse-me que a poesia dele parte da tragédia pessoal que foi a perda da mãe aos oito anos”. E cita os versos de A Colher na Boca em que Herberto diz que “No sorriso louco das mães batem as leves/ gotas de chuva (…)”. “Ele podia ter deixado apenas esse livro e já seria suficiente para o considerar único”, diz Gastão Cruz.
“Do lado da verdade”
“Agora há um enorme silêncio”, diz Jaime Rocha, cujo testemunho confirma bem o hipnótico poder de sedução que a poesia de Herberto exerce sobre quem tomba de improviso nesta verdadeira língua por direito próprio. “Tínhamos vinte anos de diferença e a poesia dele apanhou-me quando eu tinha 17, 18 anos, e qualquer ideia de pensamento poético a partir desse momento se alterou, a minha relação com o texto mudou”, disse ao PÚBLICO Jaime Rocha, pseudónimo do escritor e jornalista Rui Ferreira e Sousa. “Demorei mais 25 anos a tentar encontrar um texto meu, uma palavra minha que conseguisse sair daquela força, daquela sedução”, garante.
“Herberto Helder é para mim o poeta mais importante, o que mais me influenciou de uma geração que incluía Sophia ou Eugénio de Andradiz ainda. “Dava-me uma força que só encontro no mar da Nazaré, a minha terra, um mar de tragédia, dramático”. E voltando à triste notícia da morte do poeta, constata: “Fomos construindo uma bola muito grande à volta do Herberto e nestes dias fica um grande vazio”.
A ensaísta Rosa Maria Martelo afirma dever a  Herberto Helder “horas sem conta de pura alegria de ler, de vislumbre, de paixão das coisas do mundo”. E ao saber que o poeta “morreu de morte súbita”, diz que “ter sido assim de repente” lhe parece “de uma grande justiça”. Nos últimos livros, recorda, “tinha antecipado muitas vezes a morte própria, vivendo-a em poemas exasperados, sem querer fugir à violência, ao pânico, mas em certos textos desejava isto mesmo: morrer depressa e sem dor”. E acrescenta: “Ele que nos últimos livros morreu tantas vezes, com evidente sofrimento”.
Herberto deixa-nos, diz, “uma das obras maiores alguma vez escritas em língua portuguesa, porque na sua poesia a língua extrema-se em subtileza, nitidez, precisão conceptual e plástica”. E sublinha que o poeta “escreveu com paixão absoluta” para notar que, “nestes tristes tempos, em que o significado das palavras flutua constantemente ao sabor de interesses e compromissos”, ele nos deixa “uma escrita que acontece literalmente no reverso disso, do lado da verdade, que é onde as palavras são um corpo vivo, sempre acabado de nascer”.

Poema contínuo
Nascido em 1930 no Funchal, Herberto Helder publicou os seus primeiros poemas em antologias madeirenses – Arquipélago (1952) e Poemas Bestiais (1954) –, e ainda na revista Búzio, editada por António Aragão. A sua obra de estreia, O Amor em Visita, um pequeno folheto editado pela Contraponto, saiu em 1958, quando frequentava, em Lisboa, o grupo surrealista que se reunia no Café Gelo, convivendo com Mário Cesariny, António José Forte ou Luiz Pacheco.
Por esta altura, abandonada a frequência universitária em Coimbra (primeiro de Direito e depois de Filologia Românica), o poeta tivera já vários empregos precários – passou pela Caixa Geral de Depósitos, angariou publicidade, trabalhou no Serviço Meteorológico e foi delegado de propaganda médica.
Em 1961, publicou o livro que desde logo o consagraria como uma das vozes fundamentais da poesia portuguesa: A Colher na Boca, editado pela Ática, a chancela que então publicava as obras de Fernando Pessoa. Ruy Belo, que também publicou na Ática, e no mesmo ano, o seu primeiro livro, Aquele Grande Rio Eufrates, contou a Joaquim Manuel Magalhães, segundo este narra em Os Dois Crepúsculos (1981), que “ao ver em provas na editora o livro de Herberto Helder, teria sentido ser esse o livro e não o seu”.
Entre a publicação, em 1958, do longo poema O Amor em Visita, cujos versos iniciais todos os jovens leitores de poesia portuguesa contemporânea sabiam de cor nos anos 60 e 70 – “Dai-me uma jovem mulher com sua harpa de sombra/ e seu arbusto de sangue. Com ela/ encantarei a noite (…)” – e o lançamento de A Colher na Boca, o poeta viajou pela Europa.
Tornou-se mítico o ecléctico e pitoresco inventário de ofícios que foi desempenhando para sobreviver enquanto deambulava pela França, Holanda e Bélgica. Foi operário metalúrgico, empregado numa cervejaria, cortador de legumes numa casa de sopas, guia de marinheiros em Amsterdão e empacotador de aparas de papel, curiosa ocupação para alguém que irá demonstrar uma permanente pulsão para se transformar, ele próprio, em papel, desaparecendo no interior da obra.
Regressado a Lisboa, trabalha nas Bibliotecas Itinerantes da Gulbenkian. Depois passa pela Emissora Nacional e pela RTP, trabalha em publicidade e torna-se, em 1969, director literário da Estampa, onde dá início à edição das obras de Almada Negreiros, que sempre admirará.
Em 1963, publicara um livro que basta para lhe assegurar também um altíssimo lugar entre os prosadores portugueses contemporâneos, Os Passos em Volta. Ainda nos anos 60, saem Poemacto (1961), Lugar (1962), Electronicolírica (1964), depois reintitulado A Máquina Lírica, Húmus (1967), o seu fascinante diálogo com Raul Brandão, e Retrato em Movimento (1967). Em 1968 publica O Bebedor Nocturno, o primeiro devários volumes de traduções de poesia, e Apresentação do Rosto, título que mais tarde rejeitará, ainda que vários dos textos que o compõem ressurjam depois noutros livros.
No início dos anos 70, volta a viajar pela Europa e, em 1971, trabalha em Angola para a revista Notícia, de Luanda. Numa das suas reportagens, ao viajar com o seu colega Eduardo Guimarães, que ia ao volante, sofre um grave acidente de viação que quase lhe custa a vida.
Novamente em Lisboa, trabalha na editora Arcádia, e também na RDP, e colabora em várias publicações, sendo um dos organizadores da revista Nova (1976).
Em 1968 afirmara ir deixar de escrever – voltará a fazê-lo mais vezes –, e, de facto, descontado Vocação Animal (1971), não publica nenhum novo livro até Cobra (1977), se exceptuarmos também os dois volumes da Poesia Toda, publicados na Plátano em 1973, ano em que viaja para os Estados Unidos.
Mas Cobra assinala o início de um período muito criativo, que inclui O Corpo o Luxo a Obra (1978), Flash (1980), ou A Cabeça Entre as Mãos (1982). E ainda o volume de prosa e poesia Photomaton & Vox (1979), o primeiro lançado com a chancela da Assírio & Alvim, de Hermínio Monteiro e Manuel Rosa, que será durante décadas a sua editora.
Se descontarmos as compilações e traduções, e a sua muito pessoal antologia da poesia moderna portuguesa, Edoi Lelia Doura (1985), segue-se mais um período de silêncio até A Última Ciência (1988), e outros seis anos até Do Mundo, publicado em 1994, o mesmo ano em que lhe é atribuído o Prémio Pessoa, que Herberto Helder recusa, pedindoao júri que não o anunciassem como vencedor e dessem o prémio a outro.
Embora continue a reescrever a obra, Herberto eclipsa-se depois durante quase uma década e meia. Mas o seu regresso com A Faca Não Corta o Fogo, possivelmente o melhor livro de poesia portuguesa do século XXI, é avassalador. Em 2013 publicou Servidões, e em 2014 saiu A Morte Sem Mestre, que assinalou a sua passagem para a Porto Editora e recebeu críticas desiguais, quebrando pela primeira vez o consenso quase absoluto que se gerara em torno da sua obra.
Herberto Helder vivia actualmente com a sua segunda mulher, Olga Ferreira Lima, em Cascais. Era pai de Daniel Oliveira, político e colunista, e de Gisela Oliveira. O seu funeral realiza-se hoje e vai ser reservado à família, informa a Porto Editora.
com Isabel Lucas, Isabel Coutinho e Hugo Pinto Santos

Fonte: http://www.publico.pt/culturaipsilon/noticia/morreu-herberto-helder-a-voz-mais-fulgurante-da-poesia-portuguesa-1690151

sexta-feira, 20 de março de 2015

Coleta de sementes florestais conquista os jovens


Sociedade
20/3/2015 - 12h14                
por Rafael Govari*
Milene Aves Oliveira. Foto: Rafael Govari/ ISA.
Milene Aves Oliveira. Foto: Rafael Govari/ ISA.

Jovens, como Milene Alves Oliveira, 16 anos, acompanham e aprendem com seus pais a coletarem sementes florestais, garantindo a sequência e o futuro da Associação Rede de Sementes do Xingu
Tem sido um desafio envolver os jovens nas atividades rurais e florestais. Na Associação Rede de Sementes do Xingu (ARSX), não é diferente. A maioria dos coletores é formada por adultos e até idosos. Se jovens não entrarem na atividade, o futuro da Associação estará comprometido. Mas o trabalho tem despertado o interesse dos mais novos, que começam a seguir os passos dos mais experientes, garantindo que a região Xingu Araguaia mato-grossense continuará tendo coletores de sementes florestais por muitos anos.
Um desses jovens é Milene Alves Oliveira. Ela tem 16 anos e acompanha sua mãe na coleta de sementes florestais desde os 13. Reside em Nova Xavantina no Mato Grosso e é estudante da Escola Estadual Juscelino Kubitschek. A renda e a qualidade de vida de sua família melhoraram quando eles ingressaram na Rede. Além disso, com essa experiência ela adquiriu um vasto conhecimento sobre as espécies florestais da região. Para Milene, ser coletora significa fazer a diferença no seu meio. Ela incentiva outros jovens a se tornarem coletores de sementes florestais.
Confira a entrevista que Milene concedeu:
ARSX – O que significa pra você ser uma coletora?
Significa fazer a diferença. Significa uma porta que Deus abriu para mim e minha família. O que me satisfaz é saber que, o que eu faço hoje, provavelmente será o futuro de amanhã, que o tempo que passo manejando qualquer tipo de espécie não é perdido, pois com todo esse desequilíbrio da natureza, as sementes chegam para dar uma nova esperança de que ainda há uma solução e, pensando dessa forma, sinto-me feliz por ser uma coletora.
ARSX – Como surgiu o interesse pela atividade?
Bom, tudo começou quando minha mãe conheceu o Santino, que é o elo do grupo aqui de Nova Xavantina. Com o passar do tempo, nós começamos a ajudar no beneficiamento de algumas sementes para ele e, como a gente tinha muito interesse pelas sementes, ele nos convidou a participar da ARSX. Foi assim que cada vez mais fui me envolvendo na coleta de sementes.
ARSX – Além de você e sua mãe, alguém mais de sua família coleta sementes?
ARSX meio que contaminou minha família. Primeiro a minha mãe, depois eu, meu irmão com a esposa dele e, neste ano, meu pai.
ARSX – Quais espécies que vocês mais coletam?
São várias, como o cajazinho da mata, baru, jatobá, murici, jatobá de brinco, copaíba, garapa, etc.
ARSX – Você também faz a coleta de sementes em locais distantes e de difícil acesso?
Sim, sempre estou na companhia de minha mãe e, com toda segurança, coletamos em diferentes lugares dentro e fora da cidade, sendo alguns deles em áreas alagadas e de difícil acesso.
ARSX – Qual a maior dificuldade em ser um coletor?
No começo, pra gente foi muito difícil, pois minha mãe trabalhava de doméstica e a gente coletava de bicicleta. Era muito corrido. Ela saía do serviço e eu da escola para coletar e beneficiar as sementes. Também coletávamos nos finais de semana e nas férias. Talvez a maior dificuldade seja conciliar a escola com a parte de coleta, porque é frequente minha mãe fazer a coleta de sementes no meio da semana e, como estudo na parte da manhã e pelo menos três vezes na parte da tarde, só me sobra os finais de semana para coletar. Pra quem pensa que ser coletor é tudo um mar de rosas, está enganado, pois como tudo na vida, sempre há momentos bons e os momentos ruins. Ser coletor exige muita responsabilidade e dedicação. Pelo menos comigo, muitas das vezes vêm o cansaço, o desânimo, mas procuro sempre me lembrar do verdadeiro significado de estar ali e, sempre que há uma reunião ou uma coleta em grupo, recarrego minhas forças e vejo como é maravilhoso tudo isso que estou vivendo e o quanto ainda posso viver na Rede de Sementes do Xingu.
ARSX – É possível obter uma boa renda coletando sementes florestais?
Com certeza! Só com o dinheiro das sementes, hoje minha mãe possui uma moto e um carro próprio, fez a habilitação dela e parte da construção de nossa casa foi paga com essa renda. Para se ter noção de como a vida da minha família mudou, minha mãe, que sempre trabalhou como empregada doméstica, hoje trabalha para si mesma e nunca nos faltou nada.
ARSX – Além de sementes, vocês coletam outros produtos?
Quando começamos a ter uma intimidade maior com as sementes, vimos que havia algumas espécies de fruta com polpa. E, para não desperdiçar, começamos a aproveitar não só a semente, como também a polpa delas. A primeira que comercializamos foi a de murici, na feira de domingo, e, depois, tamarindo. Hoje extraímos a polpa de mais de dez frutas e entregamos para alguns restaurantes aqui da região. Assim, além da renda que vem da venda das sementes, temos a renda da venda de polpas e também da castanha de baru.
ARSX – Que tipos de conhecimento você tem adquirido depois que se tornou coletora?
Bom, acho que o conhecimento que mais adquiri foi o reconhecimento de espécies florestais. Quando iniciei na Rede, não tinha a menor noção dos nomes das árvores. Parecia que tudo era a mesma coisa. Já hoje, vejo uma grande diferença. Quando me deparo com uma espécie, automaticamente, a reconheço. Também aprendi a cultivar algumas espécies de sementes em viveiro e a utilizar seus valores medicinais. Desta forma, tento sempre passar o que aprendi na Rede em alguns trabalhos de escola, como feira de ciências ou que tenha tema livre.
ARSX – O que mais a Rede proporcionou a você?
Essas sementes foram tão importantes em minha vida que, hoje, quando olho para traz, não consigo compreender como tudo aconteceu. Coisa que nunca imaginei fazer, a ARSX me proporcionou, como uma viagem para São Paulo e outra para São Felix do Araguaia no Mato Grosso. Algo inédito que marcou minha vida, além de várias outras coisas.
ARSX – A maioria dos coletores são adultos e até idosos, com poucos jovens. Qual o seu recado para os jovens?
Primeiramente, se você jovem que lida com sementes gosta do que faz, continue neste caminho. Você que ainda não participa, comece, pois a Rede de Sementes do Xingu veio abrir portas para uma vida melhor. Como a ARSX tem em sua maioria adultos e idosos, todo o conhecimento que eles adquirem tem que ser passado adiante. Aí que os jovens entram em ação: Aprendemos com eles e damos continuidade na Rede. Desta forma, convido vocês, nova geração, a fazer parte dessa grande iniciação em favor da natureza.
ARSX – Pretende continuar na atividade?
Sim e se tudo der certo, pretendo cursar uma faculdade de agronomia aqui em minha cidade pela Unemat. Mas na verdade, gostaria mesmo é de fazer engenharia florestal. Entretanto, esse curso pela Unemat só se encontra em Alta Floresta-MT.
ARSX – O que um jovem precisa para se tornar coletor?
É um privilégio estar na ARSX pelo fato de que para poder participar, você não precisar ser doutor ou algo parecido. Basta ter força de vontade e perseverança. Assim, o mais vem como resultado do seu trabalho.
ARSX – Para concluir, qual seu recado?
Bom, para concluir, tudo isso que eu disse é para que as pessoas vejam que se pode viver bem sem degradar a natureza.
* Rafael Govari é jornalista de Canarana-MT.
** Publicado originalmente no site Sementes do Xingu.

http://envolverde.com.br/sociedade/coleta-de-sementes-florestais-conquista-os-jovens/
 

Emissões de carbono das florestas diminuíram 25% entre 2001 e 2015

Ambiente
20/3/2015 - 10h58             

por Edgard Júnior, da Rádio ONU
Foto: FAO/Joan Manuel Baliellas
Foto: FAO/Joan Manuel Baliellas

Agência da ONU afirmou que principais razões para a queda foram melhor manejo e redução do desmatamento; Brasil é responsável por metade da diminuição registrada no mundo.
A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, FAO, afirmou que as emissões de carbono caíram 25% no mundo entre 2001 e 2015.
A agência da ONU disse que só o Brasil foi responsável por metade dessa queda.
Emissões CO2
A FAO informou que o resultado foi alcançado devido ao melhor manejo das florestas e a redução do desmatamento.
Segundo a organização, as emissões globais de dióxido de carbono causadas pelo desmatamento das florestas caíram de 3,9 gigatoneladas para 2,9 gigatoneladas por ano desde 2001.
Os especialistas explicam que o desmatamento é definido como uma mudança no uso da terra, que passa de floresta para outros tipos, como agricultura ou pasto.
O diretor-geral da agência, José Graziano da Silva, afirmou que “é encorajador ver a redução do desmatamento em países de todas as regiões do mundo, como Brasil, China, Cabo Verde, Filipinas, República da Coreia e Turquia”.
Ele pediu que essas nações compartilhem suas experiências com outros países através do programa de cooperação Sul-Sul.
O chefe da FAO disse também que “as florestas são cruciais para o equilíbrio de carbono no planeta e absorvem 75% a mais de CO2 do que o existente na atmosfera.
Desmatamento e Degradação
Graziano da Silva afirmou que o desmatamento e a degradação das florestas aumentam a concentração dos gases que causam o efeito estufa e as árvores absorvem o dióxido de carbono, principal gás responsável pelo aquecimento do planeta.
Ao mesmo tempo a FAO declarou que as emissões causadas pela degradação das florestas aumentaram entre 1990 e 2015, chegando a 1 gigatonelada de CO2 por ano.
A degradação das florestas é causada pela perda em três densidades de biomassa, que podem ter influência humana ou causas naturais, como a ação de madeireiras, incêndios ou a queda de árvores devido à força do vento.
Os dados divulgados agora servem para marcar o Dia Internacional das Florestas, celebrado sábado, 21 de março.
* Publicado originalmente no site Rádio ONU.
(Rádio ONU)
 
 http://envolverde.com.br/ambiente/emissoes-de-carbono-das-florestas-diminuiram-25-entre-2001-e-2015/
 
 

quinta-feira, 19 de março de 2015

DER promete melhorar trânsito no Jardim Botânico

Jornal JB3 - DER promete melhorar trânsito do Jardim Botânico
 
 
Em reunião ocorrida no dia 16/03/2015 entre líderes comunitários do Jardim Botânico e o Eng. Darione José Cavalcanti de Oliveira, Gerente de Estudos de Adequação Viária do DER-DF e, também, morador da região, foi nos comunicado que já existe um estudo para uma melhora do tráfego da região, no que tange à competência do DER, ou seja, apenas das rodovias:
=> DF- 463, que divide o Mangueiral com o Jardim Botânico 3; 
=> DF- 140, rodovia que atende os condomínios da região do Tororó; e 
=> DF- 001, a mais problemática e que divide o Jardim Botânico do Lago Sul.
(clique aqui para ver um mapa)
 
O Sr. Darione explicou que a Avenida do Sol não compete ao DER e sim ao DETRAN, por ser considerada uma via interna. Porém, a comunidade deixou claro que a melhora nas rodovias, principalmente nas marginais da DF-001, reflete diretamente na melhora do trânsito da Avenida do Sol.
 
Darione informou que as obras mais urgentes se concentrarão no chamado balão da ESAF, onde se concentra o maior “gargalo” do tráfego. Ele apresentou projeto (clique aqui) elaborado pelo DER ainda no ano passado e ouviu as demandas da comunidade. Apesar de não estipular prazos, afirmou que o DER vai priorizar a implementação do projeto, por saber que é urgente. Já os demais projetos, como o conjunto de viadutos da DF-001, passagem de passagem subterrânea em frente ao comércio do Jardim Botânico, estacionamento do Jardim Botânico, dentre outros, depende de finalização de projetos e de verba para execução. 
 
Em relação ao Jardim Botânico 3, recebeu as propostas feitas pela Associação de Moradores (clique aqui para ter acesso ao documento - apenas associados) e, no caso da proposta em específica de abertura do balão do Jardim Botânico 3, informou não pode ser feito, devido ao desnível entre o balão e a DF001. Porém, prometeu estudar alternativas e incluir em um novo estudo que está sendo elaborado para ser apresentado à comunidade ainda no mês que vem.
 
Fonte: Equipe de comunicação JB3
 
 

Oito bilhões de turistas em áreas protegidas

18/3/2015 - 10h39                                                    
                  
por Regina Scharf, da Página 22
As Unidades de Conservação ajudam a manter limpa cerca de 30% da água consumida no Brasil. Foto:  © WWF-Brasil / Adriano Gambarini
As Unidades de Conservação ajudam a manter limpa cerca de 30% da água consumida no Brasil. Foto:
© WWF-Brasil / Adriano Gambarini

O turismo ecológico – quando empreendido em escala moderada e seguindo regras que preservem os ecossistemas visitados – é um excelente instrumento de conservação, por gerar renda para comunidades que, na ausência de outras opções, estariam obrigadas a caçar, derrubar florestas e expandir áreas cultivadas. Mas qual, exatamente, a dimensão do ecoturismo em áreas protegidas? E quanto dinheiro ele deixa nas regiões visitadas? Estudo publicado ontem na revista científica PLOS Biology apresentou a primeira valoração econômica dessa indústria em nível global.
Segundo o trabalho,cerca de 8 bilhões de turistas visitam unidades de conservação ao redor do mundo a cada ano. A maior parte dessas visitas, 80%, estão concentradas na Europa e na América do Norte, regiões de maior poder aquisitivo e, por consequência, maior disponibilidade para o turismo. Os ecoturistas gastam pelo menos US$ 600 bilhões anuais, cerca de 60 vezes mais que os investimentos na conservação dessas áreas, que cobrem um oitavo da superfície terrestre.
O estudo foi coordenado por Andrew Blamoford , professor de Biologia da Conservação da Universidade de Cambridge, na Inglaterra e teve a participação de acadêmicos da Grã-Bretanha e dos EUA. Ele declarou à imprensa que o trabalho nasceu da frustração de não encontrar dados consolidados sobre os serviços que as unidades de conservação na área de lazer e recreação. De posse dos dados de visitação coletados em 556 parques nacionais e outras áreas protegidas em 51 países, os pesquisadores fizeram uma série de projeções para 140 mil unidades de conservação, levando em consideração o seu tamanho e distância de centros urbanos, sua beleza e capacidade de atração, as condições socioeconômicas da população local e o nível de renda nacional.
Os pesquisadores concluíram que, de todas as unidades estudadas, a que recebe maior número de turistas (13,7 milhões ao ano) é a Golden Gate National Recreation Area, perto de San Francisco, na Costa Oeste americana. Em segundo lugar ficam dois parques nacionais britânicos, Lake District e Peak District, com 10,5 milhões e 10,1 milhões de visitas anuais, respectivamente. Os parques africanos despertam muito menos interesse – segundo o estudo, alguns países do continente recebem menos de 100 mil ecoturistas por ano. Mesmo o Parque Nacional de Serengeti, na Tanzânia, um dos maiores polos ecoturísticos da África, recebe em média apenas 148 mil visitantes ao ano.
* Publicado originalmente no site Página 22.
(Página 22)
 
 

terça-feira, 17 de março de 2015

Todos contra o corte das administrações

Jornal JB3 - Matéria do Correio Braziliense sobre o PL 182-2015
 Todos contra o corte das administrações
 
Nenhum deputado distrital é a favor do projeto de lei do Executivo que prevê a fusão, e a consequente redução, das regionais. Eles são os principais articuladores das indicações dos administradores. Como se não bastasse, a medida tem sofrido forte resistência da população
 
ARTHUR PAGANINI
Publicação: 17/03/2015 04:00
 
 
Na semana passada, centenas de moradores das regiões afetadas pelo projeto de fusão invadiram as galerias da Câmara Legislativa para acompanhar a discussão sobre o tema
 
O Governo do Distrito Federal (GDF) enfrenta grande resistência ao projeto de lei que diminui as administrações regionais das atuais 31 para 24 e, se for adiante, a tramitação da proposta pode acabar em uma derrota retumbante para o Palácio do Buriti. Na Câmara Legislativa, onde o projeto é discutido, os deputados distritais, sem exceções, são contrários à medida. São eles mesmos os grandes articuladores das indicações de administradores e do pessoal comissionado nessas repartições. Sem a aprovação do projeto, o Executivo terá dificuldades para cortar despesas com pessoal nessas localidades. Há décadas, administrações regionais serviram para cabides de empregos destinados a apadrinhados do governo.
 
Porém, também é visível um componente popular para tentar impedir que os parlamentares aprovem a iniciativa do GDF. Desde que chegou à Câmara, o assunto é duramente criticado por líderes comunitários. Na semana passada, uma comissão geral foi realizada na Casa para debater o assunto e o consenso entre os distritais é que a medida não deve ser aprovada.
 
O encaminhamento da matéria pelo Executivo evidenciou um quadro inédito nesta legislatura: o GDF não conta com o apoio de um único parlamentar para defender o Projeto de Lei 182/2015. Até mesmo no encaminhamento do aumento de impostos, o GDF contou com a base aliada, mas, desta vez, o grupo deixou o governo isolado. “Não há condições de votar porque a reação popular foi muito forte. No dia da comissão geral que debateu o tema, vimos as galerias lotadas de pessoas contra a proposta, sendo que não fizemos nenhuma divulgação especial nas cidades”, diz a presidente da Casa, Celina Leão (PDT). 

A pedetista se refere a uma reunião ocorrida na quinta-feira, quando centenas de pessoas esperaram a votação do Refis, que durou quatro horas, para participar da comissão geral que ouviu a população das cidades afetadas. “Vimos pessoas de outras regiões que vieram participar apenas para ter certeza se também seriam afetadas pelo projeto”, emenda Celina. O projeto tramita nas comissões de Assuntos Fundiários (CAF), Economia, Orçamento e Finanças (CEOF) e na de Constituição e Justiça.

Tradicionalmente, o roteiro de nomeações de administradores passa pelos deputados. São eles os principais articuladores políticos nas cidades e os mais beneficiados com o apadrinhamento das administrações. Mas, segundo Rodrigo Delmasso (PTN), não é esse o motivo pelo qual os colegas não querem aprovar o texto. “Não há consenso porque é um projeto que coloca o deputado contra a população, e ninguém quer isso”, garante. Ele, que alega não ter indicado administradores, sugere que a reestruturação administrativa poderia deixar de lado essas repartições. “A fusão de algumas delas não atende aos anseios das populações envolvidas. A criação de uma representação do Estado na Fercal ou no Varjão, por exemplo, partiu da mobilização popular. Ninguém aqui quer retirar esse direito”, diz.
 
Ao fim da comissão geral, 19 distritais assinaram uma moção para pedir ao Executivo que retire o projeto. Professor Reginaldo Veras (PDT), que não assinou o documento, também é contrário ao projeto. Para ele, faltou articulação política para o encaminhamento da matéria. “Até acho que algumas administrações poderiam ser fundidas e outras poderiam ser criadas, mas o fundamental é reduzir o cabide de emprego e convocar mais concursados para exercer as atividades nas administrações”, afirma.

Veja como ficariam distribuídas as administrações regionais

RA 1 – Plano Piloto
RA 2 – Gama
RA 3 – Taguatinga
RA 4 – Brazlândia
RA 5 – Sobradinho
RA 6 – Planaltina
RA 7 – Paranoá
RA 8 – N. Bandeirante, Candangolândia e Park Way
RA 9 – Ceilândia
RA 10 – Guará e SIA
RA 11 – Cruzeiro, Sudoeste e Octogonal
RA 12 – Samambaia
RA 13 – Santa Maria
RA 14 – São Sebastião
RA 15 – Recanto das Emas
RA 16 – Lago Sul e Jardim Botânico
RA 17 – Riacho fundo I
RA 18 – Lago Norte e Varjão
RA 19 – Vicente Pires
RA 20 – Águas Claras
RA 21 – Riacho Fundo II
RA 22 – Sobradinho II e Fercal
RA 23 – Itapoã
RA 24 – Estrutural
GDF insiste nas fusõesPublicação: 17/03/2015 04:00 Para o secretário de Relações Institucionais, Marcos Dantas, a matéria não deve ser retirada da pauta, apesar da insatisfação dos parlamentares. “Vamos continuar nesse debate, até porque há outros pontos do projeto que merecem atenção, como a criação dos Conselhos de Representantes. Até agora, o GDF mantém o entendimento de que o assunto deve permanecer para discussões na Câmara”, avalia.  O conselho a que Dantas se refere é previsto na Lei Orgânica. Pela proposta do Executivo, cada um deles seria formado por entidades da sociedade civil com sede na respectiva região administrativa há, pelo menos, dois anos, representando, no mínimo, 200 associados ou 50 pessoas jurídicas. Apesar do projeto, entre os parlamentares também há a intenção de criar novas regiões. Telma Rufino (PPL) é autora de uma audiência pública, que será realizada na próxima semana, para discutir a criação de uma administração no Sol Nascente. “A fusão de administrações deve ser debatida seriamente. Há lugares que, realmente, têm muitos apadrinhados. Em outras regiões, no entanto, falta a presença do Estado. Acho que a questão é botar esse povo todo para trabalhar e ouvir a população.” No bloco dos independentes, Dr. Michel (PP) foi mais longe. Ele sugere a criação de administrações no Sol Nascente, em Ceilândia; no condomínio Porto Rico, em Santa Maria; e no Arapoanga, em Planaltina. “Ouvimos os cidadãos e não encontramos uma única posição favorável a essa fusão. Se for para cortar gastos, o GDF poderia cortar em outras áreas.” 

 
 

sexta-feira, 13 de março de 2015

Com decisão do GDF, muros e cercas caem; píeres permanecem na orla do Lago

 

Em acordo com o Ministério Público, o GDF vai preservar, num primeiro momento, deques, quiosques e quadras de esportes construídas em áreas invadidas na beira do Lago Paranoá. Promessa é de que esses equipamentos serão públicos

 

postado em 13/03/2015 06:24

Quatro anos após decisão judicial, a desocupação da orla do Lago Paranoá sairá, em parte, do papel. O Plano de Fiscalização e Remoção de construções e instalações erguidas na área de preservação permanente (APP) do espelho d’água prevê a derrubada de muros e cercas em área pública que impedem o acesso da população. O cronograma tem início previsto para até 60 dias; no entanto, dá uma trégua para propriedades privadas e deixa de fora píeres e outras construções — como quiosques e quadras de esportes — em uma margem de 30 metros a partir da orla, o mesmo previsto na sentença. O documento faz parte de um acordo assinado ontem entre o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) e o Governo do Distrito Federal, por meio do Núcleo Permanente de Mediação e Conciliação do Tribunal de Justiça do DF e dos Territórios (Nupemec).

O acordo de conciliação suspende a ação do MP proposta em 2005 e transitada em julgada em 2012 (veja Entenda o caso). O GDF, por meio da Agência de Fiscalização (Agefis), deverá derrubar muros e cercas que impedem a passagem na orla do lago. Uma faixa de 30m a partir da margem ficará aberta à população, mas píeres, quadras esportivas e até quiosques não serão derrubados por enquanto. Na primeira etapa, com início previsto para até 15 de maio, a operação ficará concentrada na Península dos Ministros, onde há um parque ecológico. Com a ação no local, será aberto um corredor na beira do espelho d’água que ligará o local ao Morro da Asa Delta, na QL 12/14.
Em um segundo momento, a Agefis derrubará muros e cercas da QL 2 do Lago Norte. Cumprida essa primeira etapa, as ações de desobstrução vão se concentrar em outros terrenos onde há parques públicos e, posteriormente, em toda a orla. O trabalho deve ser concluído em dois anos. “Essa é apenas uma primeira fase e não significa que tudo está resolvido. A sentença tem uma abrangência maior e vamos continuar discutindo a questão. O importante é ressaltar que já não se discute mais que a orla do lago é uma APP e deve ser mantida uma área de 30m livre”, apontou o promotor de Defesa do Meio Ambiente e do Patrimônio Cultural (Prodema) Roberto Carlos Batista.

A retirada de píeres, quadras esportivas e quiosques que foram construídos de forma indevida pelos moradores será discutida no futuro, com a elaboração do Plano de Recuperação de Áreas Degradadas (Prad). A sentença que recai sobre o GDF prevê a elaboração de três documentos: fiscalização, remoção e recuperação. “Se a análise apontar que as construções devem ser derrubadas, serão. Caso contrário, podem ser recuperadas e deixadas como equipamentos públicos da orla”, explicou o secretário de Gestão do Território e Habitação (Segeth), Thiago de Andrade.

A matéria completa está disponível aqui, para assinantes. Para assinar, clique aqui.
 
 

#paranoádetodosnós


Sergio Sampaio - Cada Lugar na Sua Coisa

BRASÍLIA SUBMERSA - VIDEO OFICIAL

VILA AMAURI - Uma vila submersa

Reestruturação de administrações regionais é reprovada em debate na CLDF

A Câmara Legislativa do Distrito Federal debateu na noite desta quinta-feira (12) a proposta do GDF de reestruturação das administrações regionais. Com a presença de moradores e lideranças comunitárias de várias cidades, o projeto do Executivo foi criticado por parlamentares de vários partidos, que pediram a sua retirada de tramitação. O projeto de lei nº 182/2015 reduz de 31 para 24 o número de administrações regionais, unificando algumas cidades.

Moradores compareceram em bom número ao Legislativo e decoraram as galerias do plenário com várias faixas contra a fusão das administrações. A presidente da Câmara, deputada Celina Leão (PT), garantiu a participação dos representantes dos moradores das cidades, alternando suas manifestações com os discursos dos parlamentares.

O deputado Wasny de Roure (PT) anunciou a apresentação de uma moção pedindo ao governo a retirada de tramitação da proposta. A moção foi lida em plenário nesta quinta-feira e já conta com a assinatura de 13 deputados. Wasny lembrou que Rollemberg sempre defendeu a eleição direta para as administrações e não pode agora pedir o seu fim. "As cidades têm histórias e realidades próprias", completou.

O deputado Leonardo Prudente (PMDB) considerou que os argumentos apresentados pelo GDF para justificar o projeto, redução de despesas e melhoria do atendimento da população, não se sustentam. "O projeto mantém os cargos existentes atualmente e ainda afasta os moradores das administrações", criticou.

Fusão - Em sua justificativa, o GDF informa que o objetivo da medida é reduzir as despesas da máquina pública, diante do cenário de crise financeira existente atualmente. Segundo a proposta, as 24 administrações que continuariam existindo são Plano Piloto, Gama, Taguatinga, Brazlândia, Sobradinho, Planaltina, Paranoá, Núcleo Bandeirante/Candangolândia/Park Way, Ceilândia, Guará/Sia, Cruzeiro/Sudoeste/Octogonal, Samambaia, Santa Maria, São Sebastião, Recanto das Emas, Lago Sul/Jardim Botânico, Riacho Fundo I, Lago Norte/Varjão, Vicente Pires, Águas Claras, Riacho Fundo II, Sobradinho II/Fercal, Itapoã e Estrutural.

Representantes do Núcleo Bandeirante, Candangolândia, Jardim Botânico, Cruzeiro, Varjão, Fercal e de outras cidades disseram que não aceitam a proposta apresentada pelo GDF. Ao contrário, alguns chegaram até mesmo a propor a criação de novas administrações regionais.
Entre os distritais presentes, também todos se posicionaram contra o projeto. A deputada Telma Rufino (PPL), relatora da proposta na Comissão de Assuntos Fundiários (CAF), adiantou que é contra a medida. Para ela, cada cidade tem que ter sua própria administração. Ela sugeriu ainda a criação de uma administração para as regiões do Sol Nascente e Pôr do Sol.

Já a deputada Sandra Faraj (SD), presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), por onde o projeto tramitará, além de se manifestar contrariamente à ideia, também sugeriu o fortalecimento das administrações com a destinação de mais recursos para os órgãos.

Liliane Roriz (PRTB) considerou a fusão de administrações um retrocesso no atendimento à população. Na mesma linha ainda se manifestaram os deputados Chico Vigilante (PT), Dr. Michel (PP), Rodrigo Delmasso (PTN), entre outros.
Luís Cláudio Alves - Coordenadoria de Comunicação Social 
 
 

quinta-feira, 12 de março de 2015

Câmara expõe esculturas em homenagem aos 55 anos de Brasília

Em comemoração ao aniversário de 50 anos da capital federal, a Câmara Legislativa vai expor 24 esculturas em mármore, granito e metal, do artista paulistano radicado em Brasília Ennio Bernardo. As obras realizadas, com matérias-primas vindas de Portugal e do Espírito Santo, estarão disponíveis à visitação do público entre 26 de março e 31 de maio no Espaço Cultural do Foyer do Plenário da CLDF.

Duas semanas antes da inauguração, no dia 12 de março, o Conselho Curador de Cultura da CLDF realiza o vernissage de pré-lançamento da exposição. O evento ocorre a partir das 20h, no Ernesto Cafés Especiais (115 Sul).

Segundo o curador da exposição, o paranaense Adriano Vasconcelos, a Brasília de Ennio Bernardo revela uma extraordinária contradição. "Se a Capital de todos os brasileiros brotou do solo árido do cerrado por meio das calejadas mãos candangas, para este solo ela retorna pelas mãos de Ennio. E na pedra, ele grava os revolucionários traços de Niemeyer e a ousadia de Kubitschek. Na rocha estão presentes a um só tempo, as utopias de Juscelino, Darcy Ribeiro, Anísio Teixeira e a epopéia de tantas Marias e Josés, Raimundos e Severinos, que impregnaram, com seu suor e trabalho, no clima seco do Planalto Central, sua imensa humanidade, tão brasileira quanto as esculturas modernistas deste revolucionário paulista-candango".

Além das esculturas inspiradas em Brasília, o Arquivo Público do DF fará, no mesmo espaço cultural da CLDF, uma mostra conjunta de fotografias históricas da construção da cidade.
Coordenadoria de Comunicação Social 
 
 

Jornal JB3 - Mais deputados se comprometem em manter a RA do Jardim Botânico


 
 A maioria dos deputados da Câmara Legislativa já demonstrou contrariedade com o projeto de lei 182-15, apresentado pelo governador Rodrigo Rollemberg.
 
Em reunião na Câmara Legislativa com lideranças comunitárias do Jardim Botânico, o deputado Lira (PHS) deixou clara sua posição pela manutenção da Região Administrativa do Jardim Botânico, por entender que a cidade tem personalidade própria e não poderia ser anexada à Região Administrativa do Lago Sul, ou a qualquer outra adjacente. Afirmou, também, que já propôs emendas solicitando a manutenção da RA Jardim Botânico e que conversará com outros deputados para não aceitarem que a cidade do Jardim Botânico perca sua independência administrativa.
 
Outro deputado que demonstrou apoio público pela manutenção do Jardim Botânico foi Raimundo Ribeiro (PSDB), que era líder do governo na Câmara Legislativa. Em reunião com os presidentes da AJAB e da  AMJB III, afirmou que, assim como fez com a comunidade da FERCAL, não apoiará qualquer iniciativa de extinção da Região Administrativa do Jardim Botânico.

Apesar da clara demonstração de que esse projeto de lei não foi bem recebido na Câmara Legislativa, o GDF ainda não o retirou da pauta, aumentando o desgaste político com os deputados e com a população das comunidades diretamente atingidas, como no caso do Jardim Botânico.

Fonte: Equipe de Comunicação - AMJBIII

Reestruturação das regiões administrativas gera debate em plenário


O projeto de lei nº 182/2015, que trata da reestruturação das regiões administrativas do Distrito Federal, voltou a ser tema de pronunciamentos no plenário da Câmara Legislativa nesta quarta-feira (4). O primeiro a levantar a discussão foi o deputado Wasny de Roure (PT), que fez um apelo ao governador para retirar a proposição da pauta. Para o distrital, a proposta apenas funde as administrações, sem implicar na redução de gastos.
Wasny argumenta, ainda, em favor da importância das administrações regionais para a autoestima dos moradores. "É preciso ter claro que elas representam os anseios das populações, que têm realidades sociais e históricas muito diferentes. O que o Park Way tem a ver com a Candangolândia ou com o Núcleo Bandeirante? E o Varjão com o Lago Norte?", defendeu. O distrital fez questão de ler uma mensagem de moradores do Jardim Botânico reivindicando o "direito de gerir a comunidade".
A favor da reestruturação das administrações regionais, o deputado Prof. Reginaldo Veras (PDT) pontuou, no entanto, alguns problemas no texto do projeto encaminhado pelo Executivo. "Só tem sentido unir administrações se isso for para reduzir cargos. E isso não está claro no PL", defendeu. Entre as alterações ao projeto, ele sugeriu que 70% dos cargos de natureza especial e em comissão sejam ocupados, privativamente, por servidores de carreira, como forma de acabar com a "barganha política" e permitir uma moralização.
O líder do governo na Casa, Raimundo Ribeiro (PSDB), saiu em defesa da proposta argumentando já terem sido feitos cortes de cargos comissionados, por meio de decreto, antes da elaboração do texto do PL. "O que veio foi uma estrutura com os cortes incorporados", afirmou. O distrital pregou a discussão do projeto, defendendo debates com a população em comissão geral e audiências públicas.
BRT – Na sessão desta tarde, o deputado Prof. Reginaldo Veras fez duras críticas ao BRT, que liga o Gama a Santa Maria. "Essa é, talvez, uma das obras mais vergonhosas do governo Agnelo, assim como a ampliação da EPTG é uma das maiores aberrações do governo Arruda". Para o distrital, o BRT tem se mostrado "inútil": "Passa um ônibus a cada 15 minutos, e nem gado é tão mal tratado como as pessoas são na área de embarque".
Denise Caputo - Coordenadoria de Comunicação Social 
 
 

Jornal JB3 - Senhor governador, retire o PL 182/2015!

 

 Por: João Dino dos Santos
 
É compreensível que um governo recentemente eleito queira mostrar serviço e tentar imprimir novas diretrizes à Administração Pública. Mas, se esse foi o intento do governador Rollemberg, ao propor a redução do número de administrações regionais, por meio do projeto de lei 182/2015, ele errou, e errou feio.

Estudos preliminares realizados pela oposição demonstram que os cargos das administrações extintas serão mantidos e haverá aumento do valor da remuneração dos comissionados. O governo jura que não, mas, na prática, não haverá economia dos gastos públicos. O PL 182/2015, até prova em contrário, cai na vala comum do famoso dito popular: ‘é só para inglês ver’.

Nem mesmo o conselho comunitário, uma ideia louvável, escapa a crivo mais aguçado. Os critérios para as entidades participarem do conselho deverão deixar boa parte das atuais associações de fora. Não se estabelecem a forma de funcionamento do conselho, a estrutura mínima, tampouco se especificam claramente as atribuições dessa importante ferramenta de participação popular.

Um projeto que pretenda ter a envergadura do PL 182/2015 precisa ser construído com as comunidades se o desejo for, de fato, alterar a forma como as administrações regionais têm sido utilizadas ao longo de décadas. Extinguir essa ou aquela RA não trará benefício algum ao Distrito Federal se não forem definidas as estruturas organizacionais das administrações, o quadro de servidores efetivos e as respectivas competências.

É preciso que o governo estude de forma mais aprofundada as peculiaridades das regiões administrativas e da efetiva necessidade de cada administração regional. Se houve críticas quando o número delas foi aumentado há uma década, hoje talvez fosse necessário criar novas regiões administrativas em razão da dinâmica do crescimento do Distrito Federal.

O Estado deve fazer uso racional do dinheiro arrecadado do contribuinte, mas, aliado a esse princípio da economicidade, deve estar o do interesse coletivo de cada localidade. A Constituição Federal veda a divisão do Distrito Federal em municípios, e as administrações regionais funcionam – ou deveriam funcionar – como extensão do Buriti, para atender as demandas da sociedade.

Brasília não se resume ao Plano Piloto e apresenta hoje problemas característicos das grandes metrópoles brasileiras, com demandas bastante diferenciadas de um bairro para o outro, mesmo quando próximos geograficamente. Por isso, não se pode fundir administrações regionais, muito menos definir poligonais, sem ouvir a comunidade, fim último da ação do Estado.

Sem dúvida, o governador Rollemberg está perdendo uma excelente
oportunidade de criar pontes de diálogo com as diferentes cidades e
corrigir a forma eleitoreira de utilização das administrações regionais,
instrumentos de fundamental importância para promover o desenvolvimento
social e econômico das cidades do Distrito Federal.
 
Já é tempo de Brasília ter um governo que, cumprindo compromissos de
campanha, trace diretrizes de governança pautadas por um plano de gestão
com metas e resultados, construído em conjunto com as comunidades. Para
tal, a existência das administrações regionais é de fundamental
importância e merece um estudo e um projeto de lei mais apurados e
detalhados do que o PL 182/2015. O Governador faria um favor a Brasília
se o retirasse de pauta e tivesse a generosidade de construí-lo com a
participação de todos em prol do legítimo exercício da cidadania.


João Dino dos Santos
é consultor legislativo da Câmara Legislativa do Distrito Federal e um
dos diretores da Associação dos Moradores e Proprietários do Jardim
Botânico 3 - AMJB3

 
 
 Fonte: http://www.jb3.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=17071:senhor-governador-retire-o-pl-1822015&catid=8:todas-as-noticias&Itemid=9

Jornal JB3 - Deputados Distritais questionam o Projeto de Lei 182-2015

 

Nesta semana, a AJB3 e a AJAB continuaram as visitas aos deputados distritais para externar nosso repúdio ao PL 182, que pretende reorganizar o Distrito Federal reduzindo as atuais 31 Regiões Administrativas para 24, com a extinção da RA XXVII, Jardim Botânico, entre outras.

Em conversa com o Deputado Wasny de Roure, este foi bem claro ao expressar sua opinião: em discurso no plenário da Câmara Legislativa, sugeriu ao governo a retirada do projeto. O deputado confirmou em estudos preliminares o que temos dito, ou seja, que não há economia de recursos com a extinção das RAs, porque, além de se manterem todos os cargos, há aumento do valor dos comissionados.

Parece evidente que o PL 182 foi feito de afogadilho e sem um estudo mais aprofundado do papel de cada Região Administrativa do ponto de vista social, econômico e político. Quando o número de RA foi ampliado há quase uma década, de fato, havia questionamentos sobre o excesso de administrações e, claro, sobre o papel extremamente questionável de torná-las verdadeiros feudos políticos para o abrigo de cabos eleitorais pagos pelo Estado.

Isso, aliás, deveria ser o primeiro ponto de um projeto sério, que pretendesse reorganizar o Distrito Federal, já que, nos termos da Constituição de 1988, é vedada a subdivisão do DF em municípios.

As RAs não existem por mero capricho, muito menos para fins eleitoreiros. Devem ser o principal elo entre as demandas da população e as diretrizes de governo para cada localidade. Precisam ter estrutura organizacional mínima, com quadro efetivo de servidores e definições de competências e atribuições.

Por vezes, como bem lembrou o deputado Wasny de Roure, comunidades próximas geograficamente têm demandas e valores identitários muito diferentes.  Uma Administração Regional no Varjão, por exemplo, justifica-se não pelo tamanho da comunidade, mas pela necessidade de promoção do desenvolvimento social e inclusivo. Trata-se de uma demanda bem diferente das apresentadas pela comunidade do Lago Norte, compostas por famílias de classe média.

Comparação semelhante é válida em relação ao Jardim Botânico e o Lago Sul. Se esta é uma comunidade consolidada, com equipamentos públicos e demandas específicas, a nossa está em fase de formação e não dispõe sequer de delegacias, unidades de pronto-atendimento, Corpo de Bombeiros ou adequação das vias de acesso, com a construção do viaduto da ESAF.

Vale lembrar ao governador Rollemberg que o Jardim Botânico concentra boa parte dos condomínios em processo de legalização e é uma região sujeita à ação de grileiros. É difícil entender que um governo cujo objetivo seria dialogar com a comunidade e inovar possa ter a coragem de extinguir uma RA de tamanha importância como a do Jardim Botânico.

Um governo que apresenta um projeto como o PL 182 demonstra desconhecimento da complexa realidade fundiária, econômica e social do Distrito Federal. Deixa transparecer que encaminhou à Câmara um rascunho de gabinete, sem o devido estudo e audiências com as comunidades de cada região.

Nem mesmo os conselhos comunitários, uma ideia boa, porque teria o condão de aproximar governo e comunidade, escapa ao simplismo e à falta de sistematização.  Quantos membros terão esses conselhos, como funcionarão, de quantos anos serão os mandatos, de que maneira fiscalizarão os administradores regionais são pontos essenciais numa peça dessa natureza. Mas, infelizmente, o legislador de última hora as deixa escapar e preferiu, por incapacidade ou incompetência, lavrar um projeto lacônico, impreciso, que mais atrapalha que ajuda na solução dos problemas das diferentes comunidades do Distrito Federal.
 
 

Pela não extinção da RA-Jardim Botânico


quarta-feira, 11 de março de 2015

Poemação em Taguatinga


No dia 12 de março de 2015 o POEMAÇÃO em conjunto com Tróia Negra faz seu primeiro sarau na cidade de Taguatinga, com o propósito de divulgar e incentivar a poesia brasiliense o POEMAÇÃO contará com a presença de poetas de Brasília que dividirão o palco com artistas nas áreas de música e cênica. 

Participantes:
Marina Andrade compositora, cantora e intérprete da música brasileira em que a poesia e a boa harmonia são presentes. Compôs músicas sobre poemas de Cecília Meireles, Manuel Bandeira, Carlos Drummond de Andrade, Augusto dos Anjos e Fernando Pessoa. No cd Versos Íntimos, Marina Andrade homenageia e exalta musicalmente a genialidade de Augusto dos Anjos, cuja modernidade dos versos, a ironia e a dramaticidade foram magistralmente transformadas em blues, pop e folk. Marina Andrade desenvolve ainda um delicado trabalho de composição sobre poemas de destacados poetas de Brasília como Jorge Amâncio, Gelly Fritta, Nicolas Behr e Menezes & Moraes dentre outros. 

O Poeta dos Ventos, Alen Guimarães, é jornalista, fotógrafo, assessor de imprensa e produtor cultural. Dois livros publicados, Frente e Versos e o Mosaico de Sonhos, livros de poemas e algumas canções. Um poeta que ama cantar seus poemas, um Poeta que ama a vida.
Cumpadi Ancelmo Borges de Moura, poeta-matuto e contador, de Oeiras, Piauí. Com a boa cepa nordestina representa com os verbos criados, crescidos e declamados dos poemas que cantam as sagas e os mistérios do povo nordestino, sertanejo e lutador. Declamador de mestres como Zé da Luz, Patativa do Assaré, Amazan dentre outros tantos do sertão nordestino.
Henrique Silva músico e compositor com um repertório que passeia pelos ritmos da MPB e composições afro-brasileiras. Rique Silva nos apresenta o seu mais recente trabalho “Mate-me agora ou me ame pra sempre” que penetra no universo poético de letras em guardanapos, em pedaços de papel, algumas cifradas outras datilografadas, muitas noites sem dormir e a paixão que teima em ser lembrada, querida e rejeitada, nas andanças de um poeta em “Batom d‘amor e morte”, de Jorge Amancio. 
Grupo de Teatro Elementos Pretos formado em 2014, nos traz uma proposta de reflexão e ação, sobre o genocídio sofrido pela população negra, num esquete com direção de Rafael Dos Santos Nunes e Dilmar Durães que também participam do texto em conjunto com Bruna Rosa. 

Serviço: 

POEMAÇÃO
Local: EMPÓRIO DAS BEBIDAS
QI 02 Lote 01 Loja 02 – SANDÚ NORTE
Dia: 12 DE MARÇO DE 2015 DAS 19:00 AS 23:00