quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Resíduos plásticos e agrícolas estão transformando os oceanos em lixões invisíveis

Publicado em janeiro 22, 2014

Resíduos plásticos e agrícolas estão transformando os oceanos em lixões invisíveis
Foto: Sanibel Sea School

Os cientistas ficaram horrorizados ao entrar no chuveiro e encontrar pequenas bolinhas coloridas, de 2 a 3 mm de diâmetro, misturadas ao sabonete líquido oferecido pelo hotel. Era o prenúncio de uma crise no início da conferência sobre poluição nos oceanos promovida pelas Nações Unidas em Montego Bay, na Jamaica, no fim de 2013, e que acontecia no mesmo lugar onde todos os 250 participantes estavam hospedados.
A reportagem é de Daniela Chiaretti, publicada pelo jornal Valor, 20-01-2014.
A suspeita dos pesquisadores era de que o sabonete fosse um daqueles produtos de higiene pessoal que vêm com microesferas de plástico. Elas vêm sendo usadas nos últimos 10 anos pelos fabricantes de cremes de barbear, xampus, esfoliantes e outros cosméticos. As estações de tratamento de água não foram projetadas para reter partículas tão pequenas e as bolinhas acabam indo da pia direto para os mares. Plásticos são um grande desastre para os oceanos e ecossistemas costeiros, e quanto menores, pior o estrago. Microesferas plásticas são encontradas em ostras, mariscos e até baleias.
A conferência promovida pelo governo da Jamaica e pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) debatia justamente os elos entre as atividades terrestres e seu impacto no mar. O cenário não é animador: esgotos, produtos químicos e plásticos estão transformando as costas em lixões, reduzindo a biodiversidade marinha e aumentando as zonas mortas em todos os oceanos.
“Resíduos plásticos são um problema transfronteiriço clássico”, diz estudo do Pnuma. “É possível recuperar uma parte através da limpeza das costas, mas há muito mais em áreas não visíveis do oceano, tanto na superfície como no fundo”, continua. “Os oceanos estão sofrendo e as soluções não podem vir de um único país”, disse Elizabeth Maruma Mrema, vice-diretora do Departamento de Políticas Ambientais do Pnuma. “Temos que buscar parcerias, dividir as melhores práticas e o setor privado têm que estar a bordo”, continuou.
É difícil quantificar o volume de lixo que chega aos mares do mundo, só é possível fazer estimativas. Em 1997, a Academia de Ciências dos Estados Unidos estimou o volume em 6,4 milhões de toneladas anuais. Outros cálculos projetam que 8 milhões de itens de lixo vão para os oceanos todos os dias. Os navios seriam responsáveis por 5 milhões disso, segundo o Pnuma.
Outras análises falam em 13 mil pedaços de lixo plástico flutuando em cada quilômetro quadrado de superfície oceânica. Estima-se que 90% dos esgotos dos países em desenvolvimento cheguem aos rios, lagos e mares sem tratamento, sem falar no excedente dos produtos químicos usados na agricultura – um fenômeno conhecido como ciclo do fósforo e do nitrogênio. Segundo a Global Partnership for Oceans, aliança internacional de governos, ONGs e empresas, existem atualmente 405 zonas mortas nos oceanos – lugares onde a vida marinha não pode sobreviver.
Neste panorama, as microesferas de plástico aumentam o desastre. “Há dois problemas complexos relacionados aos microplásticos: o físico, do plástico que não degrada, e o químico, que tem a ver com o produto que está dentro das microesferas”, diz o britânico Peter J. Kershaw, especialista em ecossistemas marinhos. O pesquisador, que representa o Gesamp (grupo de especialistas em oceanos que assessora agências da ONU), explica que os microplásticos foram usados há vários anos como abrasivos na limpeza de prédios, e só mais recentemente chegaram à indústria de cosméticos.
“Os grandes plásticos se quebram no mar e a limpeza fica cada vez mais complicada, mas eles são visíveis, chegam às praias. Mas e o que não vemos? E o que está no leito do mar?”, questiona. “Sabemos que os microplásticos afetam a saúde de organismos marinhos. Foram encontrados em moluscos, terão efeito na pesca. Têm um risco em potencial, que ainda não conseguimos detectar claramente.”
Em 2011, a pequena ONG holandesa North Sea Foundation começou uma campanha pedindo às empresas que parassem de usar microesferas plásticas assim que possível. Outra organização, a Plastic Soup Foundation, juntou-se ao esforço. “Há lugares em que a concentração de plásticos no mar é 20 vezes superior à de plâncton”, diz a ambientalista Maria Westerbos, diretora da Plastic Soup. As duas ONGs lançaram um aplicativo para celulares que funciona na Holanda e permite aos consumidores escanearem produtos de higiene pessoal para ver se têm ou não microesferas plásticas.
Fizeram mais que isso: pediram às pessoas que participassem de um “tuitaço” solicitando à Unilever que deixasse de usar microesferas em seus artigos. O esforço deu resultado imediato, diz Westerbos. A Unilever anunciou que todos os seus produtos ao redor do mundo não teriam mais microesferas plásticas até 2015. Outros grandes nomes do setor também informaram que estavam parando de usar, algumas pedindo prazos maiores. “Miramos os cosméticos, mas estou convencido que há microesferas em muitos produtos que usamos”, diz Jeroen Dagevos, gerente da North Sea. “Não há legislação sobre isso ainda.”
No Brasil, nenhum executivo da Unilever quis falar sobre o assunto com a reportagem do Valor. A assessoria de imprensa enviou um comunicado da empresa no exterior. Ali se lê que a Unilever utiliza hoje microesferas apenas em produtos esfoliantes, pela sua característica de eliminar células mortas da pele, e confirma a decisão de abandonar o material, em resposta à preocupação de stakeholders. Diz ainda que estão sendo pesquisados substitutos naturais.
Algumas estatísticas calculam que plásticos respondem por 90% da poluição marinha. “Nosso foco é a poluição por plásticos. As pessoas jogam fora, porque é um material feito para jogar fora”, diz Daniella Russo, diretora-executiva da Plastic Pollution Coalition, uma rede de indíviduos, organizações e empresas. “É um produto difícil de fazer, muitos não são recicláveis. As pessoas começam a entender que suas atitudes têm que mudar”, continua. A organização está buscando sensibilizar os jovens para o problema. “Trabalhamos em 120 campi universitários no mundo que estão reduzindo seu uso de plástico. Todos podem trazer de casa sua própria xícara e reutilizar a garrafinha de água.”
A ambientalista aposta que alguns produtos têm seus dias contados. “Canudinhos? Pode-se viver sem, acho. Banir o uso de sacolas plásticas no mundo é algo que, definitivamente, vai acontecer um dia”, diz ela. “E a razão disso é econômica, não ambiental: é caro para as prefeituras se livrar das sacolas de plástico.”
Os ecossistemas costeiros contribuem com 38% do PIB mundial, diz Elizabeth Mrema, e as áreas de mar aberto, por outros 25%. Nas estimativas da Global Partnership for Oceans, as perdas globais pela má exploração dos estoques pesqueiros foram de US$ 2,2 trilhões nas últimas três décadas.
A pressão sobre os oceanos tende a aumentar. Em 2015, as estimativas projetam que um quinto da população mundial viverá em áreas costeiras. Em 2030 perto de 5 bilhões de pessoas viverão em cidades, muitas a menos de 60 quilômetros do mar. “Algumas destas tendências são inevitáveis. Mas o mundo pode ainda determinar a quantidade e a qualidade dos efluentes que chegam aos rios e mares se conseguir criar elos sustentáveis entre cidades, áreas rurais e os ecossistemas ao redor”, diz material do Pnuma.
O desafio de proteger os oceanos não é simples. Se a meta for preservar a biodiversidade marinha, os procedimentos são diferentes daqueles dos ecossistemas terrestres. “A proteção da biodiversidade marinha é complexa”, diz o professor Richard Kenchington, do Australian National Centre for Ocean Resources & Security (Ancors). “Em terra, quando um sistema está ameaçado, é comum criar um parque para protegê-lo. No mar, criar áreas protegidas é útil, mas complicado. É preciso ter um conceito mais global.”
O australiano diz que aumentar a consciência ambiental sobre a necessidade de se proteger as barreiras dos corais foi útil porque é algo que as pessoas podiam identificar. “Os corais são como bonitos jardins do mar, têm impacto visual, são um símbolo. Mas são tão importantes quanto outros ecossistemas marinhos que são vistos apenas por quem mergulha.”
A conferência na Jamaica terminou com os participantes reforçando a necessidade de se criar parcerias para lidar com a poluição marinha. E com um alívio: as bolinhas do sabonete líquido do chuveiro eram de material gelatinoso totalmente degradável.
Cor do mar jamaicano reflete o uso excessivo de fertilizantes agrícolas
A água do parque marinho de Montego Bay é muito verde, mas de perto a ilusão se desfaz: o mar do Caribe, naquele ponto, não é o paraíso que se imagina. A água é turva e cheira estranho. É só o barco se afastar da orla, dos esgotos e dos riachos para a água ficar cristalina e exibir corais e cardumes. “Água verde é excesso de nutrientes”, diz o guia Wrenford Whittingham. “Isso não é bom.”
“Nutrientes” são nitrogênio, fósforo e potássio, além de outros elementos essenciais para o crescimento das plantas e a produção alimentar. A fertilização dos solos procura corrigir as carências, a questão é encontrar o equilíbrio. A escassez, como acontece em países africanos, empobrece solo e colheita. O excesso também é problema: não aumenta a produtividade e contamina terra, água e ar, além de causar impacto nos oceanos.
“O uso excessivo de nitrogênio e fósforo na agricultura chega aos ambientes marinhos, causa a proliferação de algas e a consequente falta de oxigênio na água e zonas mortas”, diz Christopher Corbin, responsável pelo programa de política ambiental do Pnuma no Caribe. “O desafio é usar estes produtos de forma eficiente em terra e diminuir o impacto no mar.”
O uso de produtos à base de fósforo e nitrogênio dobrou nas últimas décadas, embora em alguns países continue deficiente e em outros, exagerado. “Cerca de 20 milhões de toneladas de fósforo são extraídas ao ano e quase a metade chega aos oceanos, o que representa oito vezes a taxa natural”, diz Elizabeth Mrema, vice-diretora da divisão de Implementação de Políticas Ambientais do Pnuma. “Temos que ter melhores políticas ou em dez anos vamos acabar com recursos dos oceanos.”
“A menos que alguma ação urgente seja tomada, o aumento da população e do consumo per capita de energia e de produtos de origem animal irá exacerbar as perdas de nutrientes, os níveis de poluição e a degradação da terra”, diz o relatório do Pnuma “Our Nutrient World”. O estudo foi feito pela Parceria Global no Manejo de Nutrientes (GPNM, em inglês), uma aliança entre governos, indústria, universidades, ONGs e agências das Nações Unidas.
“É preciso aumentar a eficiência no uso de nutrientes”, diz Mark Sutton, do Centro de Ecologia e Hidrologia do Reino Unido, um dos coordenadores do estudo. Se a eficiência no uso de nitrogênio aumentar em 20% em 2020, pode-se economizar 20 milhões de toneladas e ter melhoras na saúde, no clima e na biodiversidade, diz ele.
O exemplo holandês mostra que é possível. O país chegou a usar 1000 kg de nitrogênio por hectare para fertilizar, diz Jan Willem Erisman, do Louis Bolk Institute. “As algas proliferaram no Mar do Norte, piorou a qualidade do ar e da água”, lembra. O governo limitou o uso e educou os agricultores sobre o desperdício. “O consumo foi reduzido para menos de 400 kg por hectare sem nenhuma perda na produção.”
(EcoDebate, 22/01/2014) publicado pela IHU On-line

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Mudança climática está entre maiores riscos para a economia em 2014

Economia
21/1/2014 - 10h39

Mudança climática está entre maiores riscos para a economia em 2014


por Jéssica Lipinski, do CarbonoBrasil
femriscos Mudança climática está entre maiores riscos para a economia em 2014
Desde 2011, os problemas ambientais e climáticos aparecem em destaque na lista de riscos para o planeta. Foto: FEM

Fórum Econômico Mundial identifica quais são os principais problemas que podem afetar o planeta neste ano, destacando os conflitos causados pela desigualdade econômica e os eventos climáticos extremos como os mais prováveis

O Fórum Econômico Mundial (FEM) publicou nesta sexta-feira (17) a nona edição do relatório Riscos Globais 2014 (Global Risks 2014), que aponta quais são os riscos mais prováveis que o mundo enfrentará nos próximos meses. Entre os problemas mais destacados estão a disparidade de renda, a falta de emprego e as mudanças climáticas e os extremos meteorológicos.
No total, o documento aponta 31 riscos diferentes que têm o potencial de causar um impacto significativo para os países e indústrias avaliadas. A pesquisa, realizada com 700 especialistas, agrupa os riscos em econômicos, ambientais, geopolíticos, sociais e tecnológicos, e os classifica de acordo com sua probabilidade e impacto potencial.
Os eventos climáticos extremos foram apontados como um dos riscos mais prováveis para o nosso planeta, podendo criar choques sistêmicos em escala global. O problema foi colocado como o risco mais provável na categoria ambiental, ficando em segundo lugar geral em probabilidade, perdendo apenas para a desigualdade econômica.
Outro risco de grande relevância foram as mudanças climáticas, classificadas como o quarto risco mais provável e o segundo maior em possíveis impactos. O relatório destaca a grande influência que as mudanças climáticas têm sobre os eventos climáticos extremos, e sugere que os dois juntos talvez sejam o maior risco enfrentado hoje, sob diversos aspectos.
O documento ressalta também outros riscos ambientais de relevância, como uma maior incidência de catástrofes naturais, uma maior ocorrência de desastres causados pelo ser humano e uma crise hídrica. Segundo a pesquisa, todos têm o potencial de causar um impacto cada vez maior à medida que o desenvolvimento mundial se acelera.
Para diminuir os riscos ambientais apontados, o relatório pede que governos, empresas e sociedade civil busquem as mais diversas formas de melhorar a mitigação, e a gestão desses riscos, com a assistência de seguros, resseguros e mercados de capital.
Outros grandes riscos indicados pelo documento são os conflitos sociais motivados pela disparidade de renda, os riscos econômicos da falta de emprego e de uma crise fiscal, e também as ameaças tecnológicas de ataques cibernéticos e um colapso na infraestrutura de informações essenciais.
“Riscos econômicos, sociais e ambientais dominam a lista dos riscos globais com os quais os respondentes [da pesquisa] estão mais preocupados, com a crise fiscal emergindo como a questão principal [em impacto]”, colocou o Fórum Econômico Mundial.
Um aspecto importante da pesquisa é que ela enfatiza a correlação entre todos esses riscos, mesmo os de categorias diferentes. Por exemplo, o relatório coloca a má governança global como um risco central que está relacionado a todos os outros, desde uma crise financeira até as mudanças climáticas, passando pela corrupção e por crises alimentares.
“Cada risco considerado nesse relatório tem o potencial para o fracasso em escala global; contudo, é a sua natureza interconectada que torna as implicações negativas [desses riscos] tão pronunciada, já que juntos eles podem ter um efeito aumentado”, observou Jennifer Blanke, economista-chefe do FEM.
“É de vital importância que as partes interessadas trabalhem juntas enfrentar e se adaptar à presença dos riscos globais em nosso mundo hoje”, continuou Blanke.
Outra questão importante do relatório é que ele considera para quem esses riscos são mais importantes. De acordo com o documento, por exemplo, mulheres e jovens abaixo dos 30 anos estão mais preocupados com as mudanças climáticas do que homens adultos e as gerações mais velhas.
“Respondentes do sexo feminino perceberam quase todos os riscos globais tanto como mais prováveis quanto como mais impactantes do que os do sexo masculino, especialmente na categoria ambiental”, aponta a pesquisa.
“Indivíduos mais jovens deram notas mais altas para o impacto de quase todos os riscos, particularmente riscos ambientais, tais como crises hídricas, maior incidência de catástrofes naturais, perda de biodiversidade e maior incidência de eventos climáticos extremos”, acrescenta.
O relatório indica ainda que um acordo juridicamente obrigatório para combater as mudanças climáticas pode não ser a melhor estratégia para resolver o problema, argumentando que tratados regionais e mais simples podem ser mais eficientes.
“Tal resposta intergovernamental e público-privada heterogênea e diversa ao risco das mudanças climáticas poderia oferecer mais resiliência e flexibilidade ao desafio dinâmico das mudanças climáticas do que um quadro global homogêneo e único”, afirma o documento.
* Publicado originalmente no site CarbonoBrasil.
(CarbonoBrasil)

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Doe um livro, didáticos ou não, e ajude a educar uma criança


O programa Correio Braziliense Solidário arrecadará livros, didáticos ou não, no período de 2 a 31 de janeiro. A urna ficará na recepção do jornal, no Setor de Indústrias Gráficas. Creches do Distrito Federal serão beneficiadas com a iniciativa


Cecília Pinto Coelho -
Publicação: 23/12/2013 06:03 Atualização: 23/12/2013 12:22
Roberta Fraga e a filha Clarice são voluntárias na arrecadação de livros: 'A leitura dá dignidade e torna o ser humano mais autossuficiente e crítico' (Daniel Ferreira/CB/D.A Press)
Roberta Fraga e a filha Clarice são voluntárias na arrecadação de livros: "A leitura dá dignidade e torna o ser humano mais autossuficiente e crítico"

“Ler muda tudo: a postura de vida, a autoestima, a visão do mundo e de si mesmo. Ler dá dignidade, conhecimento, torna o ser humano mais autossuficiente, crítico e, também, mais sensível e universal”, avalia a servidora pública Roberta Fraga, 35 anos. Sob esse lema, a servidora pública já ajudou e contribuiu com vários programas. Roberta fica de olho nesses projetos e arrecada livros para incentivar o hábito da leitura. Afinal, seu maior exemplo é em casa: Clarice, 5 anos, sempre foi incentivada. “Ela gosta muito de contos de fadas e de Monteiro Lobato. E ainda me ajuda nas doações, separando, dos arrecadados, os que estão em más condições”, conta.

Arrecadar e doar livros têm ganhado espaço nas comunidades e os projetos com esse objetivo, também. Entre os benefícios, estão os de levar informação, diversão e até dignidade para quem receber as brochuras. A partir de 2 de janeiro, o Correio Braziliense será mais uma empresa a aderir a essa causa. Interessados poderão doar livros até 31 de janeiro. Uma urna será colocada na recepção principal e as doações serão enviadas para instituições já credenciadas. Os livros infantis de até 6 anos serão doados pelo programa Correio Braziliense Solidário que contempla algumas creches do Distrito Federal.

E as doações fazem diferença para muita gente. Exemplo disso é o projeto Biblioteca Itinerante que, desde 2008, todo último domingo do mês, (exceto dezembro) arrecada livros na altura do 107/108 Norte, no Eixão. “O objetivo é incentivar a leitura em comunidades ribeirinhas do Norte. Eu nasci em Macapá, no Amapá, mas minha família, minhas origens são dessas comunidades. Eu sou do quilombo Conceição do Macacoari”, conta o idealizador do projeto, Jonas Banhos.

“Como sou de lá e conheço a realidade da região, ficava muito tocado toda vez que via o abandono da nossa comunidade. Há precariedade na saúde, na geração de renda....E sobretudo na educação. Não há um ensino regular, mas modular” A inquietação de Jonas foi tanta que o servidor se licenciou do trabalho para, em 2008, se dedicar exclusivamente a essa iniciativa. Desde então já foram, em média, distribuídos 50 mil livros nos estados do Amapá, Pará e Roraima. Cada ida ao Eixão rende média de 500 obras doadas.

Sucesso
Outra campanha de incentivo à leitura infantil que teve grande sucesso foi promovida pela Fundação Itaú Social. Em 2010, aproveitaram a ideia de estimular adultos a lerem para crianças e, assim, ofereciam o livro. O único requisito era fazer o cadastro no site e pedir os livros.

A campanha se repetiu em outubro deste ano e terá mais uma edição no mesmo mês no ano que vem. Em 2013, foram produzidos 4,4 milhões de livros. Para a coordenadora da área de mobilização social da Fundação Itaú Social, Márcia Quintino, o mais bonito é a resposta à leitura. “A criança pequena tem direito a esse aconchego. É um momento de acolhimento, de vínculo”, conta.

Quintino tambémafirma que a doação de livros está crescendo no Brasil. “Há cada vez mais programas de troca de livros, que podem ser deixados em assentos de ônibus e de metrôs. Há clubes de leituras, grupos de amigos que discutem a mesma obra”, diz. Mas a pessoa também tem que ter discernimento do que está doando, lembra ela. “Doar não é desocupar livros da estante, se desfazer das apostilas e dos livros didáticos, estamos falando da literatura — que é perene.”

» Participe e doe!

Data: de 2 de janeiro a 31 de janeiro
Onde: Deixar na recepção principal da sede do Correio Braziliense, no Setor de Indústrias Gráficas (SIG), Quadra 2, nº 340. A iniciativa aceita todo tipo de livro. Os destinados ao público infantil de até 6 anos serão especificamente doados a creches no DF.

» Tire uma foto do seu livro

A pesquisa Retratos de Leitura no Brasil, do Instituto Pró-Livro, mostra que a maioria dos leitores no Brasil é jovem. Dos 5 anos até aos 24, por exemplo, o índice de leitores é sempre superior ao de não leitores. E, se você for um desses jovens, mande para a gente, entre 2 e 8 de janeiro, uma foto do seu livro preferido com uma mensagem dizendo por que ele é especial. As fotos serão publicadas no www.correiobraziliense. com.br/voltaasaulas e algumas serão selecionadas para o suplemento Volta às Aulas, que circulará no Correio em 12 de janeiro. O suplemento e o portal trazem informações sobre educação, dicas de literatura, artigos de especilistas, novidades sobre leis de materiais escolares e mochilas pesadas, além de receitas de lanches saudáveis e conselhos para uma adaptação tranquila em uma nova escola, entre outros temas.
 

quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Segunda maior cidade alemã inicia plano de mobilidade para tirar carros das ruas

16/1/2014 - 01h26

Segunda maior cidade alemã inicia plano de mobilidade para tirar carros das ruas

por Jéssica Lipinski, do CarbonoBrasil
redeverdehamburgo 300x229 Segunda maior cidade alemã inicia plano de mobilidade para tirar carros das ruas
Com a interligação das áreas verdes com ciclovias e vias para pedestres, será possível se locomover por toda a cidade sem o uso de automóveis. Foto: Prefeitura de Hamburgo

Hamburgo, no norte da Alemanha, está começando a por em prática um plano para ligar as maiores áreas verdes do município através de ciclovias e vias para pedestres, possibilitando o deslocamento por toda a cidade sem a necessidade de automóveis.
A chamada Rede Verde (Grünes Netz) deve ser construída nos próximos 15 a 20 anos e as vias para pedestres e bicicletas ligarão todos os parques, reservas, playgrounds, jardins comunitários e cemitérios dos sete distritos do município, que correspondem a 40% da área total de Hamburgo. Aumentando o número de ciclovias e vias para pedestres e diminuindo o acesso dos carros, espera-se que a utilização de automóveis seja reduzida substancialmente.
Atualmente, Hamburgo é considerada uma das melhores cidades para se viver no mundo, mas um de seus pontos fracos é o transporte: seus oito milhões de residentes têm como principal meio de locomoção os veículos particulares.
“Outras cidades têm anéis verdes, mas a Rede Verde de Hamburgo será única, cobrindo da área de periferia ao centro da cidade. Em 15 a 20 anos será possível explorar a cidade exclusivamente de bicicleta e a pé”, colocou Angelika Fritsch, porta-voz do departamento de planejamento urbano e meio ambiente de Hamburgo, ao jornal The Guardian.
“Para garantir que o plano integre toda a cidade, uma equipe trabalhará com uma pessoa de cada um dos sete distritos da região metropolitana. Unir esses espaços garantirá que todos os residentes poderão desfrutar de acesso à natureza e de um passeio sustentável”, afirma o plano.
Além disso, ainda mais áreas verdes serão acrescentadas, aumentando para sete mil hectares esses locais na cidade e imediações, que, além de servirem de vias para os pedestres e ciclistas, permitirão a realização de outras atividades de lazer, e serão utilizados até mesmo para conectar habitats de animais silvestres, permitindo que eles cruzem o município sem o risco de serem atropelados.
“[A Rede Verde] oferecerá oportunidades às pessoas de caminhar, nadar, fazer esportes aquáticos, desfrutar de piqueniques e restaurantes, vivenciar e observar a natureza e a vida selvagem bem no meio da cidade. Isso reduz a necessidade de pegar o carro para passeios de fim de semana fora da cidade”, observou Fritsch.
Dados do Escritório Climático do Norte da Alemanha do Instituto para Pesquisas Costeiras afirmam que, nos últimos 60 anos, a temperatura média do município aumentou em 1,2ºC para uma média de 9ºC. Nesse mesmo período, o nível do mar em Hamburgo aumentou 20 centímetros, e prevê-se que aumentará outros 30 centímetros até 2100.
Por isso, além de contribuir para aumentar a qualidade de vida da população, o plano visa ajudar no combate às mudanças climáticas – reduzindo as emissões do setor de transporte – e diminuir o risco de enchentes, que aumentou com a elevação do nível do mar.
Felizmente, a cidade não é a única a adotar essa estratégia; Copenhagen, capital da Dinamarca, também tem projetos para desenvolver um planejamento urbano mais sustentável e que combata as mudanças climáticas.
Uma das ações do município dinamarquês, por exemplo, será desenvolver ruas levemente convexas, para que a precipitação não se acumule nas vias e escorra para o meio-fio, onde será coletada. Um dos efeitos das mudanças climáticas em Copenhagen será o aumento no número e intensidade de chuvas e tempestades.
A ideia é que o plano de adaptação climática da cidade, que recentemente ganhou o prêmio Index Design Award, fique pronto até 2033. Atualmente, o município já é conhecido por ter um dos sistemas cicloviários mais abrangentes do mundo.
“Essas medidas contribuirão para uma maior qualidade de vida em Copenhagen. Temos que considerar o que constituirá uma cidade de sucesso no futuro”, comentou Morten Jastrup, analista do Sustainia, um centro de pesquisa da capital dinamarquesa.
* Publicado originalmente no site CarbonoBrasil.
(CarbonoBrasil) 
 

quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Profissão Poeta


CURSO PROFISSÃO POETA EM BRASÍLIA (matrículas abertas)!

No intuito de promover uma troca de experiências entre poetas/escritores que queiram tirar seus escritos da gaveta e dar um tom profissional à sua carreira artística nasceu o curso Profissão Poeta, idealizado pela poeta, publicitária e produtora cultural Marina Mara. O curso pretende, de forma prática e descontraída, indicar o caminho das pedras – que haverão no meio do caminho – entre seus escritos e o público. O curso será realizado em um local mais que poético, em meio à natureza e acessível ao público – 15 minutos da Rodoviária do Plano Piloto.

Com grande sucesso de público e mídia por feiras e eventos literários Brasil a fora, o curso aborda os seguintes temas:
- Publicação de poesia
- Captação de recursos
- Produção independente
- Dicas de Palco e Poesia Falada
- Divulgação na mídia
- Poesia na internet
- Consultoria artística individual
- Estratégias de Marketing
…entre outros.
Os participantes do curso receberão uma apostila detalhada, certificado e consultoria individual sobre sua carreira, abordando novas fontes de captação, parcerias, canais de divulgação, entre outros. Ao pôr-do-sol, os alunos participarão de um sarau de conclusão de curso, onde receberão seus certificados.
INVESTIMENTO:
R$ 250,00 (ou 2x 125,00)

*matrículas efetuadas até o dia 01 de fevereiro receberão desconto de 10% no curso.

Amadora da Poesia – Profissão, Poeta.

segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Artigos - Recursos Hídricos



Artigos Marcos Airton de Sousa Freitas - Engenheiro Civil - Especialista em Recursos Hídricos


1. FREITAS, M. A. S. Alocação negociada de águas na bacia hidrográfica do Rio Gorutuba (Reservatório Bico da Pedra) - Minas Gerais. IN: SIMPÓSIO BRASILEIRO DE RECURSOS HÍDRICOS, 15., 2003, Curitiba. Anais... Porto Alegre: ABRH, 2003.

2. FREITAS, M. A. S. Análise de risco e incerteza na gestão hidroambiental. IN: SIMPÓSIO BRASILEIRO DE RECURSOS HÍDRICOS, 15., 2003, Curitiba. Anais... Porto Alegre: ABRH, 2003.

3. FREITAS, M. A. S. A Previsão de secas e a gestão hidroenergética: o caso da bacia do Rio Parnaíba no Nordeste do Brasil. IN: SEMINÁRIO INTERNACIONAL SOBRE REPRESAS Y OPERACIÓN DE EMBALSES, 2004, Puerto Iguazú. Anais... Buenos Aires: CACIER, 2004.

4. FREITAS, M. A. S. Regras de Operação dos Reservatórios da Bacia do Rio Paraíba do Sul / Sistema Guandu. IN: SEMINÁRIO INTERNACIONAL SOBRE REPRESAS Y OPERACIÓN DE EMBALSES, 2004, Puerto Iguazú. Anais... Buenos Aires: CACIER, 2004. v. 1. p.1 - 1.

5. FREITAS, M. A. S. Um Sistema de suporte à decisão para o monitoramento de secas meteorológicas em regiões semi-áridas. Revista Tecnologia, Fortaleza, v. 19, n. 19, p. 19- 30, 1999. Republicado em Revista Tecnologia - ISSN 0101-8191, Fortaleza. Suplemento Comemorativo de 25 anos, p. 85 - 95, 2005.

6. FREITAS, M. A. S. Usos múltiplos da água na bacia hidrográfica do Rio Guaribas (Estado do Piauí). IN: SIMPÓSIO DE RECURSOS HÍDRICOS DO NORDESTE, 6., 2002, Maceió, AL. Anais... Porto Alegre: Editora da ABRH, 2002. v. 1.

7. FREITAS, M. A. S.; SILVEIRA, P. B. M. Políticas de operação de reservatório visando minimizar os impactos sócio-econômicos em situações de escassez. IN: SEMINÁRIO INTERNACIONAL SOBRE REPRESAS Y OPERACIÓN DE EMBALSES, 2004, Puerto Iguazú. Anais... Buenos Aires: CACIER, 2004.

8. GONCALVES, R. W.; PINHEIRO, P. R.; FREITAS, M. A. S. Métodos multicritérios como auxílio à tomada de decisão na bacia hidrográfica do Rio Curu - Estado do Ceará. IN: SIMPÓSIO BRASILEIRO DE RECURSOS HÍDRICOS, 15., 2003, Curitiba. Anais... Porto Alegre: ABRH, 2003.

9. LOPES, A. V.; FREITAS, M. A. S. Avaliação das demandas e ofertas hídricas na bacia do rio São Francisco usando modelo de rede de fluxo. IN: SIMPÓSIO BRASILEIRO DE RECURSOS HÍDRICOS, 15., 2003, Curitiba. Anais... Porto Alegre: ABRH, 2003.

10. SILVA, L. M. C.; FREITAS, M. A. S. Aplicativo para operação de reservatórios em situações de escassez. IN: SIMPÓSIO DE RECURSOS HÍDRICOS DO NORDESTE, 6., 2002, Maceió, AL. Anais... Porto Alegre: Editora da ABRH, 2002. v.1.

11. SILVA, L. M. C.; FREITAS, M. A. S.; SILVEIRA, P. B. M. Aplicativo para operação de reservatório em situações de escassez - fase II. IN: SIMPÓSIO BRASILEIRO DE RECURSOS HÍDRICOS, 15., 2003, Curitiba. Anais... Porto Alegre: ABRH, 2003. v. 1.

12. FREITAS, M. A. S.; BILLIB, M. H. A.  Drought prediction and characteristic analysis in semiarid Cearâ, northeast Brazil  Published in 1997.

13. Freitas, M.A.S.; Billib, M.H.A. Drought prediction and characteristic analysis in semiarid Ceara, northeast Brazil. Sustainability of water resources under increasing uncertainty. Proceedings of an international symposium of the Fifth Scientific Assembly of the International Association of Hydrological Sciences (IAHS), Rabat, Morocco, 23 April to 3 May 1997, Rosbjerg, D.Boutayeb, N.E.Gustard, A.Kundzewicz, Z.W.Rasmussen, P.F. (eds.).- Wallingford (United Kingdom): IAHS Press, 1997.- ISBN 0-901502-05-8
http://
iahs.info/redbooks/a240/iahs_240_0105.pdf

14. FREITAS, M. A. S. A Decision Support System for Drought Forecasting and Reservoirs Management in Northeast Brazil.
In: VIII Congresso Latino-Americano e Ibérico de Meteorologia, 1998, Brasilia. Anais do VIII Congresso Latino-Americano e Ibérico de Meteorologia, 1998. http://pt.scribd.com/doc/17863281/A-Decision-Support-System-for-drought-forecasting-and-reservoirs-management-in-NortheastBrazil
          http://www.cbmet.com/cbm-files/13-e391e41674a8aab104363bb55a380dc5.pdf

15. GONCALVES, R. W. ; PINHEIRO, P. R. ; FREITAS, M. A. S. ; CASTRO, A. K. A. . Multicriteria Methods as Decision Making Aids in the Hydrographic Basin of Curu River - State of Ceará. In: International Conference Service System and Service Management, 2006, Troyes - França. Proceedings International Conference Service System and Service Management. Troyes : Sponsered by IEEE. v. 1.
http://
pt.scribd.com/doc/17656142/Multicriteria-Methods-as-Decision-Making-Aids

16.
LOPES, A. V. ; FREITAS, M. A. S. . A Alocação de Água como Instrumento de Gestão de Recursos Hídricos: Experiências Brasileiras. REGA. Revista de Gestão de Águas da América Latina, v. 4, p. 5-28, 2007.
http://www.abrh.org.br/rega/REGA_v4_n1.pdf

17. FREITAS, M. A. S. . O Fenômeno das Secas no Nordeste do Brasil: Uma Abordagem Conceitual. In: IX Simpósio de Recursos Hídricos do Nordeste, 2008, Salvador. Anais do IX Simpósio de Recursos Hídricos do Nordeste. Porto Alegre : ABRH, 2008. v. 1. p. 1-1.
http://pt.scribd.com/doc/17656235/O-Fenomeno-das-Secas-no-Nordeste-do-Brasil

18. FREITAS, M. A. S. . O Fenômeno do El Niño e as Secas no Ceará: A Previsão através de Modelos Estatísticos e de Redes Neurais Artificiais. In: I Fórum Interamericano de Gestão de Recursos Hídricos, 1997, Fortaleza. Anais do I Fórum Interamericano de Gestão de Recursos Hídricos, 1997.
http://pt.scribd.com/doc/17656076/O-Fenomeno-do-El-Nino-e-as-Secas-no-Ceara

19. FREITAS, M. A. S. Previsão de Secas por Meio de Métodos Estatísticos e Redes Neurais e Análise de Suas Características Através de Diversos Índices. In: IX Congresso Brasileiro de Meteorologia, 1996, Campos do Jordão. Anais do IX Congresso Brasileiro de Meteorologia, 1996.
http://pt.scribd.com/doc/77137923/PREVISAO-DE-SECAS-REDES-NEURAIS

20. Water Resources Models and Risk Management for Reducing Vulnerability in Semi-arid regions: The Case of Northeast Brazil - ICID+18, 16-20 de Agosto de 2010, Fortaleza - Ceará, Brasil
http://
pt.scribd.com/doc/80495337/Water-Resources-Models-and-Risk-Management

21.
FREITAS, M. A. S. Um sistema de suporte à decisão para o monitoramento de secas meteorológicas em regiões semi-áridas
http://hp.unifor.br/pdfs_notitia/698.pdf
          http://pt.scribd.com/doc/17656360/Um-Sistema-de-Suporte-a-Decisao-para-o-Monitoramento-de-Secas-Meteorologicas-em-Regioes-Semiaridas

22. BARROS, F. R. M., FREITAS, M. A. S. A previsão de cheias usando redes neurais artificiais
http://hp.unifor.br/pdfs_notitia/708.pdf

23. FREITAS, M. A. S.  Aspectos a serem considerados quando de uma análise regional integral de secas
http://hp.unifor.br/pdfs_notitia/473.pdf

24. FREITAS, M. A. S.  Análise estatística dos parâmetros de secas e de cheias hidrológicas em rios intermitentes do semi-árido brasileiro
http://hp.unifor.br/pdfs_notitia/686.pdf

25. ALECAR, P. F., RIBEIRO, A. V. R., FREITAS, M. A. S.  Modelos computacionais baseados na biologia: algoritmos genéticos e redes neurais artificiais
http://hp.unifor.br/pdfs_notitia/694.pdf

26. FREITAS, M. A. S., PORTO, A. S.   Considerações sobre um modelo deterministico chuva-vazão aplicado a bacias do semi-árido nordestino
http://hp.unifor.br/pdfs_notitia/290.pdf

27. FREITAS, M. A. S.   Modelos diarios chuva-vazão em bacias do semi-arido brasileiro
http://hp.unifor.br/pdfs_notitia/452.pdf

28. SISNANDO, S. R. A., FREITAS, M. A. S.  Previsão e Avaliação do Desempenho dos Contribuintes do ICMS do Estado do Ceará utilizando as Redes Neurais Artificiais
http://www.bnb.gov.br/projwebren/Exec/artigoRenPDF.aspx?cd_artigo_ren=411

29. FREITAS, M. A. S.; AFONSO, S.R. O trinômio água-clima-floresta: integração das políticas, governança e participação social no Brasil

30. FREITAS, M. A. S.; BIELENKI JUNIOR, C. Geração de Série de Vazão Média Mensal para a Bacia Hidrográfica do Rio Jari (Pará-Amapá)

31. Freitas, M. A. S. ; Rebello, E. R. G. ; Carvalho, B. E. F. C. ; Costa, J. A. V. ; Cavalcante, O. A. . Estratégias para a redução de riscos de desastres relacionados aos eventos hidrometeorológicos extremos (secas) no estado do Rio Grande do Norte Nordeste do Brasil. In: Congresso Brasileiro Sobre Desastres Naturais, 2012, Rio Claro - São Paulo. Anais do Congresso Brasileiro Sobre Desastres Naturais. Rio Claro : Editora Unesp, 2012.

32. Costa, J. A. V. ; Carvalho, B. E. F. C. ; Cavalcante, O. A. ; Freitas, M. A. S. ; Rebello, E. R. G. . Desastres Natruais: Estudo de caso, o município de Guidoval/MG. In: Congresso Brasileiro Sobre Desastres Naturais, 2012, Rio Claro - São Paulo. Anais do Congresso Brasileiro Sobre Desastres Naturais. Rio Claro : Editora da Unesp, 2012.

33. Costa, J. A. V. ; Carvalho, B. E. F. C. ; Cavalcante, O. A. ; Freitas, M. A. S. ; Rebello, E. R. G. . Atuação da Secretaria Nacional de Defesa Civil por meio do Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres em Minas Gerais. In: Congresso Brasileiro Sobre Desastres Naturais, 2012, Rio Claro - São Paulo. Anais do Congresso Brasileiro Sobre Desastres Naturais. Rio Claro : Editora da Unesp, 2012.

34. Rebello, E. R. G. ; Carvalho, B. E. F. C. ; Costa, J. A. V. ; Freitas, M. A. S. ; Cavalcante, O. A. . Diagnóstico, Monitoramento e Prognóstico das Chuvas Intensas no Rio de Janeiro no período de 06 a 09 de Abril de 2010. In: Congresso Brasileiro Sobre Desastres Naturais, 2012, Rio Claro - São Paulo. Anais do Congresso Brasileiro Sobre Desastres Naturais. Rio Claro : Editora da Unesp, 2012.

35. Rebello, E. R. G. ; Carvalho, B. E. F. C. ; Costa, J. A. V. ; Freitas, M. A. S. ; Cavalcante, O. A.  Condições Meteorológicas das Chuvas Fortes que  Atingiram a Região Serrana do Rio de Janeiro no dia 12.01.2011. In: Congresso Brasileiro Sobre Desastres Naturais, 2012, Rio Claro - São Paulo. Anais do Congresso Brasileiro Sobre Desastres Naturais. Rio Claro : Editora da Unesp, 2012.

36. FREITAS, M. A. S. . SAGE: Um Pacote Computacional para a Geração de Vazão em Rios de Regiões Semi-áridas. In: XIV Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos, 2001, Aracaju. Anais do XIV Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos. Porto Alegre : ABRH, 2001.

37. FREITAS, M. A. S. ; GONDIM FILHO, J. G. C. . Modelos de Previsão de Cheias na Bacia Amazônica. In: XVI Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos, 2005, João Pessoa. Anais do XVI Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos. Porto Alegre : Editora da ABRH, 2005. v. 1. p. 23-23. http://pt.scribd.com/doc/17655750/ABRH2005-Cheia-Amazonia-Artigo2

38. Freitas, M. A. S.; Gondim Filho, J. G. C. Curva de Aversão ao Risco para os reservatórios Armando Ribeiro Gonçalves e Curemas-Mãe D´água. XVII Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos, 2007.

39. Freitas, M. A. S.  Vinculando las necesidades sectoriales con la disponibilidad hídrica en la región. In: CIIFEN; WMO. (Org.). Memorias Técnicas del Taller: Integración de los Pronósticos Estacionales con la Información Hidrológica para los sectores vinculados al agua en el Oeste de Sudamérica. 1ed.Guayaquil: CIIFEN-WMO, 2010, v. 1, p. 85-96.
http://www.infoandina.org/sites/default/files/publication/files/memoria_tecnica_taller_hidrologia.pdf

40. ES Martins et al. (2013) Climate Change Impacts on Water Resources Management: adaptation challenges and opportunities in northeast Brazil. Worldbank.
http://www-wds.worldbank.org/external/default/WDSContentServer/WDSP/IB/2013/07/15/000356161_20130715142452/Rendered/PDF/795280WP0P144500Box037737900PUBLIC0.pdf

41. Martins, Eduardo Sávio P. R.; Braga, Cybelle Frazão Costa; De Nys, Erwin; Filho, Francisco de Assis de Souza; e Freitas, Marcos Airton de Souza. Impacto das Mudanças do Clima e Projeções de Demanda Sobre o Processo de Alocação de Água em Duas Bacias do Nordeste Semiárido – 1ª Edição
(revisada) – Brasília – 2013, 112p.   ISBN 978-85-63879-06-6

42. Alan Vaz Lopes; André Raymundo Pante; Leonardo Mitre Alvim de Castro & Marcos Airton de Sousa Freitas - Estudo Técnico de Apoio ao PBHSF - nº 16. Alocação de Água. Subprojeto 4.5C - Plano Decenal de Recursos Hídricos da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco - PBHSF (2004-2013).
http://www.ana.gov.br/prhbsf/arquivos/Estudos/ET%2016%20Alocacao%20de%20Agua.pdf
 

Confira os discos pernambucanos mais esperados para 2014

Ano promete lançamentos de bandas como Nação Zumbi, Mombojó e A Banda de Joseph Tourton


  Diário de Pernambuco Publicação:13/01/2014 13:17

O ano de 2014 começa com um desafio para o mercado fonográfico do estado: ser tão aquecido  quanto o anterior, quando aproximadamente 200 CDs e DVDs foram lançados por artistas pernambucanos ou radicados aqui. A forte produção de dois anos para cá - em 2012, cerca de 170 trabalhos chegaram às lojas, diante de 180, em 2011 - enfrenta um percalço importante nos próximos meses. Uma Copa do Mundo entre o carnaval e as eleições presidenciais.

Mas nem o calendário atípico parece desencorajar os músicos. O jornal Diário de Pernambuco listou projetos engatilhados (e esperados) para o ano. Alguns em fase adiantada de produção, como o primeiro disco solo de Fabio Trummer, o 'Trummer super sub América', que aguarda ajustes gráficos para chegar às prateleiras. E outros, na agulha, caso do álbum de estreia do Afrobombas, a banda de Jorge Du Peixe e Lula Lira, filha de Chico Science. Esse, embora pronto, deve ter o lançamento atrasado devido ao próximo CD da Nação Zumbi - um dos mais aguardados de 2014. Não seria estratégico dividir as atenções de Jorge na divulgação dos dois projetos.

O cenário movimentado é visto com otimismo por produtores. “A gente chega ou até bate a marca dos 200 CDs e DVDs de 2013. O movimento do início do ano já está bem melhor do que o do ano passado”, revelou o produtor cultural e sócio do Estúdio Base, Arthur Soares, envolvido em mais de cinco projetos simultâneos. O colega Diego Cunha, do atendimento do Estúdio Carranca, reforça. “Os horários de janeiro já estão quase todos ocupados por aqui.” Fábio Cabral, dono da Passadisco, loja especializada em música brasileira, enxerga um impulso. “Sou sempre positivo. E a Emenda Constitucional da Música pode influenciar”. A lei de 2013 isenta de impostos os CDs e DVDs produzidos no Brasil com obras de autores ou intérpretes do país.

Mas o coordenador de produção do Estúdio Fábrica, Jeff Moura, acredita que a emenda não tenha tanto poder de decisão na hora de produzir um álbum. “Trabalhamos com dois tipos de artistas. Os que têm carreiras consolidadas e utilizam os álbuns para dar continuidade. E as bandas novas que precisam desse recurso para se lançar. A EC não influi muito”, diz. Ele atenta, no entanto, para o interesse crescente no vinil: “Com o CD perdendo espaço, a procura pelo formato vem se tornando recorrente”. O músico Claudio N pensa na possibilidade. “O CD é mais cartão de visitas. Se for para investir em suporte físico, o vinil é mais interessante.” O formato importa menos. O que 2014 promete, além de muitos feriados, é música. E com sotaque pernambucano.
Confira os CDs pernambucanos mais esperados para 2014:
China
Após lançar a faixa Panorama em 2013, China planeja disparar neste mês outro single do álbum Telemática - em março ou abril. O disco mostra a “velha nova cara”, adianta. Será mais percussivo, memória dos tempos da primeira banda. “Brincamos com tecnologia e a forma mais primitiva é a percussão”, conta China, que reformula a banda que o acompanhará na turnê de divulgação.

Mombojó
A banda planeja turnê nacional para este ano e, simultaneamente, grava um novo disco. A intenção é lançar álbum de inéditas no fim de março. Felipe S corre em estúdio para finalizar as dez músicas. Uma é Pro Sol, single de 2013. Segundo o cantor, o Mombojó se apressa para iniciar a divulgação no canal de financiamento coletivo Queremos. Recife está na rota das possíveis cidades contempladas pela turnê.

Frevotron
O primeiro disco do projeto encabeçado por DJ Dolores, Maestro Spok e Yuri Queiroga começa a ser desenhado. Quatro músicas estão prontas. O conceito lembra o do Stank, “a música livre” feita por Dolores e Yuri juntos. “É um lance experimental e improvisado. Tem eletrônica, guitarra e, agora, sax e frevo. Não pensamos muito em formatos. As coisas fluem naturalmente”, conta Queiroga.

Claudio N
O músico escolheu 12 músicas, reduziu e fez mais duas. O plano é fechar em dez. Até o fim do mês, entra em estúdio para gravar os vocais. A previsão é de que esteja pronto em março ou abril. No bolo, um cover de Raimundo Salgado, Não vá nessa, e uma aposta, Deixe de ser hippie. O álbum “tem humor”, diz Claudio, e se chama Ambiente familiar, em menção às referências musicais do cantor.

Afrobombas
Desde que a banda da filha de Chico Science estreou, em 2013, o público espera o primeiro álbum. Jorge Du Peixe “segurou a onda” e tratou de testar as músicas entre um show e outro. Fechou repertório e, na surdina, gravou o CD. “O disco está pronto. Tentamos formatá-lo a partir das respostas em cima do palco”, diz. A ideia é lançá-lo no segundo semestre, após o disco da Nação Zumbi chegar nas lojas.

Lula Queiroga
Com composições prontas, o pernambucano tenta encontrar um conceito para o novo trabalho. O nome, por hora, é Aumente o sonho, álbum com proposta mais “dançante e balançada”. Queiroga se diz influenciado pelo projeto solo do vocalista do Radiohead, Thom Yorke, o Atoms For Peace. Ele, inclusive, quer trazer o percussionista Mauro Refosco para contribuir. Nos próximos dias, entra em estúdio.

Nação Zumbi
No ano em que a banda faz 20 anos do primeiro álbum, Da lama ao caos (Chaos/Sony Music, 1994), sai um novo CD de inéditas. A Nação está envolvida com as gravações, quebrando jejum de sete anos - o último disco foi Fome de tudo  (Deckdisc, 2007). Serão dez músicas novas, uma divulgada neste mês. Na agenda: São Paulo, Rio de Janeiro e outra cidade serão as primeiras a receber os shows.

Fabio Trummer
O primeiro disco solo do vocalista da Eddie sai no fim de janeiro. Primeiro, no site dele. “Queria variar o formato das minhas composições e tocar com outras pessoas”, contou. Do álbum, participaçam Daniel Ganjaman e Stela Campos. São nove faixas autorais de Trummer e uma de Rogerman, Eu tenho fé. O primeiro single deve ser Salve a América do Sul, cujo clipe de ensaio já circula na internet.

Tibério Azul
Dono de um processo de produção autointitulado “arcaico”, Tibério conclui as 15 composições para, assim, entrar em estúdio. “Primeiro, deixo o disco existir no mundo invisível para, só depois, torná-lo concreto”. O nome provisório do álbum é Líquido, flash do quão diluído pode ser o projeto, com parcerias de Castor Luiz, Vitor Araujo, Vinicius Sarmento e Zé Manoel. O CD sai em outubro.

Ortinho
Com o título provisório de Fóssil, o novo disco brecha a sonoridade dos anos 1950 e 1960, “cercado de influências do blues e rock”, ele diz. Embora com composições já feitas, inicia a pré-produção do álbum após o carnaval, em temporada por São Paulo, para ficar perto da rapaziada do projeto. São parceiros Junio Barreto, Otto, Arnaldo Antunes, Pupillo e Luiz Chagas. O CD será lançado no fim do ano. 

Som da Terra
Às vésperas do carnaval, novo álbum. Nem céu, nem Sol, nem mar  será divulgado nesta semana. São nove inéditas, mais uma, Banho de cheiro, em homenagem ao compositor Carlos Fernando, falecido em setembro de 2013. A banda escreveu Oiti da Hora, hino do bloco carnavalesco homônimo, e, ainda neste ano, prepara o CD comemorativo dos 40 anos de carreira, celebrados em 2015.

Silvério Pessoa
Nos dez dias de folga da turnê pela Europa em 2013, o cantor se viu diante de super estrutura de estúdio e banda motivada. Iniciou a pré-produção do novo disco ali, no Sul da França. Sangue de amor (provisório) tem dez músicas e afasta Silvério da cultura popular, lançando-o em linguagem mais universal. “É um disco que tenta traduzir as contradições de amar”, antecipa. Participam Tibério Azul, Filipe Catto, Bruna Caram e outros.

JuveNil Silva
Com um ritmo de gravações frenético, o cantor finaliza os arranjos para lançar o primeiro disco. Na verdade, o segundo, porque Desapego (2013) foi feito na informalidade. O novo álbum, não. Foi gravado com mais recursos e dá vida a um herói que busca salvar o próprio dia. Sai em março, revelando a rotina do personagem “do acordar ao fechar dos olhos”. Wander Wildner, Aninha Martins e Rafael Castro contribuem.

Zé Manoel
Dois anos após o álbum de estreia, o 2º trabalho do instrumentista chega depois da Copa. Há canções prontas, inacabadas e por fazer. Embora Zé esteja desenhando um cronograma, bateu o martelo quanto às parcerias. Tem Juliano Holanda, Tibério Azul e Mavi Pugliese. A produção deve ficar com Miranda ou Kassin. Recife recebe show, além de São Paulo, Rio e Salvador. “Muitas portas vão se abrir com esse projeto”, acredita.

Irah Caldeira
A mineira radicada em Pernambuco prepara álbum para celebrar o cinquentenário, em agosto. Mas a ideia é por o disco na rua no fim de abril. “Escolhi canções que não entraram em discos anteriores e regravações, como Amor de Zabelê, de Anastácia, além de composições de Xico Bizerra e Maviael Melo”. Maciel Melo produz o projeto e corre para, com a cantora, fechar o repertório em 15 faixas.

Maciel Melo
O forrozeiro revela uma outra faceta com o álbum pronto (Canta coração). Planeja lançamento para o fim do ano. A intenção é esgotar a turnê junina, antes de jogar luz sobre o trabalho “mais universal”. “O forró, de certa forma, ficou limitado ao regional. Continuo com os elementos do gênero, mas com linguagem mais abrangente”, pontuou. No repertório, tem versão de Bob Dylan e de Gilberto Gil, com Soy loco por ti, América.

Josildo Sá
Quando o cantor gravou o primeiro CD da carreira, Virado num paletó véio (1998), dois cantadores ajudaram a angariar recursos para lançar no mercado: Vavá Machado e Marcolino. Ele retribui o favor com o tributo Latada para vaquerama, após o carnaval. O projeto reúne seis toadas com arranjos e musicalidade do forró sambado. “Faz dez anos que vou à Missa do Vaqueiro. É uma forma de agradecimento”, confessa.

A Banda de Joseph Tourton
Em fase de finalização, o segundo CD foi gravado às custas das economias de Gabriel Izidoro, Pedro Bandeira, Rafael Gadelha e Diogo Guedes. Eles usaram a acústica da mata de um sítio em Carpina (PE) e dos estúdios no Recife e no Rio, onde registraram canção com Bruno Giorgi e Caio Lima. O album 2014 sai antes do carnaval, com nove autorais. Harley, da Burro Morto (PB), tem o dedo em uma delas.

Quinteto Violado
Eu disse frrrrevo, o 33º disco do grupo pernambucano, já tem data e local de lançamento: 19 de janeiro, às 20h, no Dona Lindu. O título excede o significado. “É um grito de carnaval a fim de chamar a atenção para o gênero”, diz o tecladista Dudu Alves. Além das inéditas, o álbum tem frevos marcantes, com releitura “free nordestina”. A intenção é
renovar o estilo.

Alceu Valença
O 29° disco será lançado no dia 8 de fevereiro, no Rio de Janeiro. É inteiramente dedicado aos gêneros do carnaval de Pernambuco, como frevos de bloco e cirandas. Tem recriações autorais, como Amigo da arte e Olinda, e canções não lançadas em discos de carreira, como Frevo dengoso, no site do cantor, em 2010, e Sou eu teu amor, parceria com Carlos Fernando. Recife conhece o trabalho no carnaval.

http://divirta-se.uai.com.br/app/noticia/musica/2014/01/13/noticia_musica,150421/confira-os-discos-pernambucanos-mais-esperados-para-2014.shtml

Bruna Beber lança 'Rua da padaria' e confirma seu lugar na poesia brasileira contemporânea

Poeta tem dicção própria e não tem medo de enfrentar o mundo e mergulhar na memória

André Di Bernardi Batista Mendes - Estado de Minas Publicação:11/01/2014 00:13Atualização:11/01/2014 10:21
 
Para a poeta Bruna Beber, “tudo é letra, palavra, e som”, que se transforma em memória, talento, poesia. A escritora carioca acaba de lançar, pela Editora Record, Rua da padaria, onde reafirma o seu estilo forte e despojado. Depois de A fila sem fim dos demônios descontentes, seu livro de estreia, publicado em 2006, depois de Balés, seu segundo livro, de 2009, depois de Rapapés & apupos, de 2012, Beber mira e aponta sua verve para o certo e prova que já deixou de ser uma promessa literária. Joveme audaciosa, Bruna mostra que tem fôlego e talento de sobra.

Bruna confunde o leitor. O melhor desta jovem poeta é que ela gosta das coisas necessárias: gentes, lembranças, pão e manteiga, que pode ser palavra e poesia. Beber escreve dentro de um processo legítimo de perdas e ganhos (mais perdas do que ganhos), a poeta escreve num turbilhão legítimo de legítimas intuições necessárias.

Esta boa poeta fala de preguiças e “perderes”, fala de dúvidas e lírios e canta suas dores, e canta suas perdas, principalmente sementes vindas da infância, boas matérias e substrato para o que há de melhor em termos de arte – e poesia.

Bruna transita, solta, entre esquinas e circunferências, entre “prédios que assistem os ônibus”, ela mesma a melhor observadora do mundo. É que os olhos dos poetas enxergam um ambiente de cores, é que a alma dos poetas bebem de um mundo que aceita todas as cores, do cinza ao branco, passando pelos azuis de céus e pelos lilases de pássaros indecifráveis até certo ponto.

Bruna molha suas plantas (seus versos, seus poemas), com o carinho, com o desvelo de quem merece e salva em si o que tem de melhor. Porque “tudo tem barulho de mar”, porque Bruna percebeu a alegria dos monges, porque Bruna sacou que tudo importa: do inseto ao céu, pois tudo vibra. Bruna adivinhou que existem cavernas e biritas, panelas, dinossauros alados. Só mesmo uma poeta para dizer e alertar: “tem mar de todo tipo.”

Bruna tem, acima de tudo, uma grande qualidade quando o assunto é poesia: síntese. Muitos poemas do livro carregam sóis inteiros, à maneira de haikais, luas que fazem nascer na página, no livro, a poesia. Bruna não desbanca a palavra, ela encara o verbo e com ele bebe e brinca até nascer o verso. Um verso inacabado por natureza. Uma poesia urgente de marulho e incerteza.

Um bom poeta é puro e cheio de urgências. É incrível o poder, a dimensão que ganha uma simples toalha bordada quando o branco, ou as cores possíveis de tal urdidura, ganham asas e estatura de coisa/poesia.

Por que padaria? Por que rua? Porque homem é sinônimo de fome, e poesia é um muito pão. Porque é nas ruas que a vida acontece, de forma vil e grotesca, a rua é o nosso ambiente mais familiar. Pão e circo: somos seres necessariamente famélicos.

Bruna sabe dizer de si e de nós. Ela transita para alertar. O que dói primeiro vai doer para sempre: pode ser uma música no parque, pode ser, e é, uma grande alegria que só sentem os homens, as avós, as tias, as mães, os pais, os filhos e os poetas, que são as pétalas da mais alta árvore. Bruna Beber tem poemas traduzidos e publicados na Alemanha, Argentina, Espanha, Estados Unidos, México e Portugal. A poeta nasceu em Duque de Caxias, no Rio de Janeiro, em 1984.

RUA DA PADARIA

• De Bruna Beber
• Editora Record
• 68 páginas, R$ 25


Três perguntas para...

Bruna Beber
escritora

Como surgiu a inspiração para o título do livro?
A ideia para o título surgiu quando me dei conta de que queria explorar minha memória de infância no livro. Nasci e cresci na Baixada Fluminense. Não sei fazer o paralelo geográfico-econômico com Minas, mas é uma região de cidades-satélite do Rio. São municípios que têm sua economia própria, mas que não dão conta da sobrevivência de todas as pessoas, grande parte delas trabalha no Rio e na Zona Sul do Rio. Eu nasci em Duque de Caxias, onde morei até os 10 anos, e cresci em São João de Meriti, minha família ainda mora e se divide entre essas duas cidades. Minha avó morava num bairro de pequeno, cheio de pessoas de vários estados do brasil, sobretudo nordeste, que vinham tentar a vida no estado do Rio. Lá, na casa dela, passei boa parte da infância. Aquela coisa: uma igreja central, uma rua do comércio, uma rua dos ônibus. O açougue, a farmácia e a padaria eram grandes referências de localização, me dei conta disso depois que cresci, e também depois que conheci outras cidades pequenas. Sendo assim, as ruas não eram chamadas, na maior parte do tempo, por seus nomes, mas sim pelo estabelecimento mais importante localizado nelas. Minha avó e toda a minha família sempre se referiam a essa rua como “rua da padaria”, e assim o fazem até hoje. Daí a ideia de intitular o livro de Rua da padaria. Eu queria falar do pequeno para o grande, da minha “praça íntima”, mas também física, e homenagear não só a minha rua da padaria, mas as ruas da padaria que existem por aí.

Qual é a importância da memória para a sua poesia?

Nesse livro, especificamente, a memória tem um papel central. Houve um esforço de reconstituição, ou de construção mesmo, do que vivi ou de como imagino ter vivido. Quis pontuar algumas questões muito vivas daquela época – a cultura popular, os sotaques que se misturavam, a distância do mar, as brincadeiras, as primeiras paqueras, a escola, a convivência familiar numa família muito grande e unida, porém muito diversa, os eventos de cidade pequena etc. Só consegui escrever esse livro muitos anos depois de não só ter saído da casa dos meus pais, mas também do Rio, e de ter ido morar em São Paulo, onde vivo desde 2007.

Quais são os seus próximo projetos?

Em 2014 vou terminar de lançar/divulgar o livro que escrevi para crianças e lancei recentemente, o Zebrosinha. Estou envolvida em alguns projetos de literatura e vou dar também oficinas de poesia em alguns lugares do Brasil. Estou terminando de traduzir um romance e pretendo dar prosseguimento a uma narrativa longa que quero contar.