quinta-feira, 14 de agosto de 2014

ONU apresenta rascunho do novo tratado sobre redução de riscos de desastres

Ambiente
12/8/2014 - 12h10

por Fabiano Ávila, do CarbonoBrasil
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Apesar de não ser muito conhecido, existe em vigor um tratado internacional que busca reduzir os prejuízos e perdas de vidas com desastres: o Marco de Ação de Hyogo.
Estabelecido em 2005, o acordo, assinado por 168 países, promove a transferência de conhecimento e tecnologias, detalha ações de mitigação de impactos e serve de base para a cooperação internacional.
O Marco de Ação de Hyogo expira em 2015, e um novo tratado deve ser formalizado em março do ano que vem em Sendai, no Japão.
Ao contrário do novo acordo climático, que substituirá o Protocolo de Quioto em 2020, as negociações sobre o tratado de redução de riscos estão bastante adiantadas, e a previsão é que seja aprovado com facilidade.
Nesta terça-feira (11), as Nações Unidas (ONU) apresentaram o primeiro rascunho do novo tratado. Vale ressaltar que o documento deverá sofrer algumas transformações nas reuniões agendadas até o encontro em Sendai.
“A presente estrutura objetiva reduzir de forma substancial as perdas com desastres, seja em vidas ou em prejuízos econômicos, sociais e ambientais em comunidades e países”, afirma o documento.
O rascunho traz cinco metas, sendo que a sua ambição e o prazo para que sejam cumpridas ainda precisam ser acordados entre os países:
- Reduzir a mortalidade em desastres em X% até 20XX;
- Reduzir o número de pessoas afetadas em desastres em X% até 20XX;
- Reduzir as perdas econômicas com desastres em X% até 20XX;
- Reduzir os impactos dos desastres em instalações de saúde e educação em X% até 20XX;
- Aumentar o número de países que possuem estratégias nacionais e locais em X% até 20XX.
O rascunho reconhece a ameaça das mudanças climáticas para o incremento dos desastres naturais e aponta que os países mais vulneráveis ao fenômeno devem receber apoio de forma prioritária.
“Países em desenvolvimento, em particular os menos desenvolvidos, as pequenas nações insulares e os africanos são os mais vulneráveis aos desastres e aos impactos das mudanças climáticas e devem, assim, ser alvo da assistência internacional, através de canais bilaterais e multilaterais. É preciso fortalecer a resiliência dessas nações ao melhorar suas capacidades de prevenção e mitigação através da transferência de recursos, tecnologias e apoio logístico.”
Ainda não se sabe se os compromissos assumidos neste tratado poderão ser extrapolados para o novo acordo climático.
* Publicado originalmente no site CarbonoBrasil.
(CarbonoBrasil) 

Estados adotam meta de reduzir desmatamento em 80% até 2020

Ambiente
13/8/2014 - 11h06

por CarbonoBrasil/GCF
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Declaração de Rio Branco, assinada por 13 estados brasileiros e estrangeiros, estabelece o compromisso de preservar as florestas, mas afirma que isso só será possível se os recursos necessários forem arrecadados.

A capital do Acre está recebendo a oitava reunião anual da Força Tarefa dos Governadores para o Clima e Florestas (GCF), entidade que reúne 22 estados e províncias de sete países, e antes mesmo de o evento acabar um importante documento foi apresentado.
A Declaração de Rio Branco (que será disponibilizada na íntegra em breve no portal do GCF) propõe a meta de reduzir o desmatamento em 80% até 2020, desde que exista um financiamento – público ou através de mecanismos de mercado – de longo prazo para promover as ações essenciais para a preservação das florestas.
Treze estados já assinaram o documento, entre eles o Acre, mas espera-se que, até o fim do evento, nesta quinta-feira (14), mais membros do GFC se tornem signatários.
“A Declaração de Rio Branco surge como um chamado para que parceiros e comunidade internacional se mobilizem na busca por garantir que os recursos para os esforços de conservação e de melhora da condição de vida dos povos locais sejam levantados”, afirmou William Boyd, conselheiro do GCF.
“Os membros do GCF vêm de diferentes províncias e países, mas temos o mesmo objetivo: proteger as florestas e construir um futuro sustentável que melhore a vida de nossos cidadãos. Esse futuro é agora”, disse Teras Narang, governador de Kalimantan Central, na Indonésia.
Entre as formas de conseguir financiamento, a declaração aponta a importância do REDD+, mecanismo que remunera a redução de emissões de gases do efeito estufa através da preservação florestal.
Se for realmente cumprida a meta de 80% de redução no desmatamento, o GCF estima que quatro bilhões de toneladas métricas de CO2 equivalente deixem de ser emitidas até 2020.
“Sem alguma ação para reduzir as emissões do desmatamento das florestas tropicais, estaríamos perdendo um dos fatores essenciais para mitigar as mudanças climáticas. Acreditamos que uma iniciativa setorial de créditos de compensação para programas regionais, como o do Acre, é a próxima fronteira para o esquema de carbono da Califórnia”, destacou Mary Nichols, presidente do Air Resources Board, órgão que administra o mercado de carbono californiano.
“O Estado do Acre continuará a ser o centro dos esforços de resposta aos desafios da Amazônia e trabalhará em conjunto com seus parceiros do GCF para garantir a preservação do meio ambiente e o compromisso de uma agenda de desenvolvimento para o século XXI”, disse Tião Viana, governador do Acre.
A reunião do GCF também deverá aprovar a entrada de quatro novos membros, os estados mexicanos de Tabasco, Quintana Roo e Jalisco, e a província peruana do Amazonas.
Atualmente, mais de 20% das florestas tropicais estão em estados e províncias do GCF, incluindo 75% das florestas brasileiras, metade das florestas indonésias e 80% das peruanas.
* Publicado originalmente no site CarbonoBrasil.
(CarbonoBrasil) 

terça-feira, 12 de agosto de 2014

Povos tradicionais têm encontro marcado em Cuiabá de 12 a 15




Destaque
IBGE passará a considerar questões específicas no próximo censo

LETÍCIA VERDI

Um grupo de 200 pessoas, entre representantes do setor e do governo federal, se reúne por quatro dias (de 12 a 15/08), em Cuiabá, para avaliar e aprimorar a Política Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais (PNPCT). Além disso, nesta sexta-feira (08/08), pesquisadores e governo estão reunidos para definir critérios de pesquisa demográfica sobre PCT.

O Encontro de Povos e Comunidades Tradicionais da Região Centro-Oeste está sendo organizado pela Comissão Nacional de Desenvolvimento Sustentável de Povos e Comunidades Tradicionais (CNPCT). A comissão é presidida pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) e secretariada pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA).

O gerente de Agroextrativismo do MMA e coordenador geral do encontro de Cuiabá, Gabriel Domingues, diz que a expectativa geral é grande. “A articulação dos povos do Cerrado, no caso desse encontro do Centro-Oeste, é forte e traz muitas demandas. Em Cuiabá cumpriremos mais uma etapa no sentido de avaliar a política para o encontro nacional em Brasília”, destacou. E explica que os segmentos dos povos e das comunidades tradicionais se organizam conforme o bioma em que estão inseridos. “No encontro da região Norte, tivemos uma presença maior de extrativistas”, afirma. Neste, estão previstos mais pantaneiros e geraizeiros. O próximo será em Curitiba, de 25 a 29 de agosto, reunindo a região Sul.

Os encontros regionais vão culminar no encontro nacional, de 24 a 27 de novembro, em Brasília, onde serão apresentados os resultados dos encontros regionais, por meio de avaliação e sugestão de aprimoramento da comissão nacional e da PNPCT.

Durante os dias em Cuiabá, os participantes irão se dividir em quatro Grupos de Trabalho (GT), de acordo com os eixos temáticos da PNPCT: acesso a territórios tradicionais e recursos naturais, infraestrutura, inclusão social e fomento à produção sustentável. Após as discussões, os resultados serão levados à plenária final, no último dia de encontro.

IBGE

A oficina “Povos e comunidades tradicionais: contribuições para as pesquisas do IBGE” está levantando as especificidades desse segmento populacional para incluí-las no próximo censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. O evento ocorre no Rio de Janeiro e termina nesta sexta-feira (08/08). O objetivo é apresentar as informações existentes sobre o assunto e propor estratégias para a construção de categorias e critérios sobre as especificidades dos povos e comunidades tradicionais.

CENSO DEMOGRÁFICO

Liderado pela Secretaria Geral da Presidência da República, o encontro reúne 16 órgãos federais, entre os quais o Ministério do Meio Ambiente e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). A partir dessa reunião, um grupo será formado para propor questões específicas a serem inseridas no próximo senso demográfico.

Segundo a diretora de Extrativismo do MMA, Larisa Gaivizzo, atualmente as pesquisas do IBGE não levam em conta as especificidades dos povos e comunidades tradicionais. “Isso é um gargalo para as políticas públicas voltadas a essas populações”, ressaltou ela.

Durante a oficina, o MMA apresentou o programa Bolsa Verde e o ICMBio, o recadastramento dos beneficiários das Unidades de Conservação. Participaram também as pesquisadoras Manuela Carneiro da Cunha , da Universidade de Chicago, Rosa Azevedo, da Universidade Federal do Acre, e Marta do Amaral, da Universidade Estadual de Campinas.

SAIBA MAIS

São considerados povos e comunidades tradicionais: indígenas, quilombolas, extrativistas, pescadores, seringueiros, castanheiros, quebradeiras de coco-de-babaçu, fundo e fecho de pasto, povos de terreiro, ciganos, faxinalenses, ribeirinhos, caiçaras, praieiros, sertanejos, jangadeiros, açorianos, campeiros, varjeiros, pantaneiros, geraizeiros, veredeiros, caatingueiros e barranqueiros. 

http://www.mma.gov.br/informma/item/10279-povos-tradicionais-t%C3%AAm-encontro-marcado-em-cuiab%C3%A1-de-12-a-15

segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Corte seletivo em florestas para exploração de madeira pode afetar a fauna

Ambiente
04/8/2014 - 09h36

por Fernanda B. Müller, do CarbonoBrasil
corteseletivo Corte seletivo em florestas para exploração de madeira pode afetar a fauna
Após revisar mais de 50 estudos, pesquisadores afirmam ter concluído pela primeira vez quais são os impactos do manejo florestal sobre a biodiversidade.

Com o aumento do combate ao desmatamento, a madeira de árvores tropicais torna-se cada vez mais valorizada comercialmente. Assim, as práticas de corte seletivo, onde acontece a retirada apenas de determinadas espécies, geralmente de grande porte, são muito defendidas como uma forma menos danosa de ainda ter acesso a essas árvores.

Uma das justificativas para essa atividade é a de que são cortadas algumas espécies de árvores, com a floresta permanecendo relativamente intacta.

Entretanto, um novo estudo publicado na revista Current Biology alega que o impacto do corte seletivo sobre a biodiversidade é muito discutível, e que estudos anteriores que tentaram sumarizar seus efeitos não distinguiam entre os diferentes graus de intensidade da prática, resultando em conclusões conflitantes.

Ao confrontar esses estudos, os pesquisadores esperavam chegar a padrões mais gerais, e foi o que conseguiram.

A doutoranda do Instituto Federal de Tecnologia de Zurique (Suíça) Zuzana Burivalova e alguns colegas afirmam ter estudado pela primeira vez o quanto os impactos sobre a biodiversidade dependem da intensidade do corte.

Em uma revisão sistemática de quase 50 estudos independentes realizados nas últimas décadas, os pesquisadores concluíram que o agrupamento de muitos usos florestais diferentes sob a rubrica de corte seletivo resulta em um cenário impreciso. Eles acreditam que a visão atual sobre a atividade em florestas tropicais é muito otimista.
desmatamentowikiborneo Corte seletivo em florestas para exploração de madeira pode afetar a fauna

“Para a biodiversidade, é muito importante a cautela da atividade durante a derrubada, como muitos cientistas já mostraram”, explicou Burivalova.

“O que foi menos considerado anteriormente, e que mostramos agora em nosso estudo, é a importância da quantidade de madeira derrubada em uma floresta. Isso é crucial para a biodiversidade”, enfatizou ela.

O corte em pequena escala e de baixa intensidade teria um impacto ínfimo sobre a biodiversidade, se bem organizado e feito de forma cautelosa. No caso da exploração com escavadeiras e outros equipamentos pesados, Burivalova concluiu que os efeitos são geralmente vastos e que muitos habitats acabam destruídos.

O estudo aponta que vários cientistas já mostraram os efeitos negativos da exploração intensiva e que, no geral, a conclusão é que o número de mamíferos cai pela metade em uma intensidade de corte de 38 m3 ha−1, o equivalente a três ou quatro árvores por hectare.

Para os anfíbios, a diversidade cai pela metade com a exploração de 63 m3 ha−1. As análises também mostraram declínios para as populações de invertebrados, como borboletas e besouros.

Para as aves, os estudos mostram que, à primeira vista, a diversidade de espécies aumenta, com novos indivíduos migrando para a floresta. Porém, olhando mais de perto, é possível constatar que os novos habitantes são espécies que conseguem sobreviver até mesmo fora da floresta.

As aves especialmente adaptadas à floresta tropical, dependendo de uma gama limitada de recursos, respondem ao manejo como os outros grupos animais estudados.

“As atuais cotas de exploração são elaboradas predominantemente para manejar a floresta visando à produção sustentável de madeira, de tal forma que a floresta eventualmente regenerará o seu estoque”, explica Burivalova.

“Elas não são tipicamente manejadas para a manutenção da biodiversidade da fauna. Isso, em parte, é porque até agora não estava claro em qual ponto exatamente a diversidade nas florestas exploradas começa a cair.”

Com esta pesquisa, Burivalova e seus colegas pretendem contribuir para tornar o manejo menos prejudicial para a vida selvagem. Eles sugerem que os consumidores busquem informações sobre a madeira que estão comprando.

* Publicado originalmente no site CarbonoBrasil.
(CarbonoBrasil)

Escritor Eugênio Giovenardi lança livro que questiona crenças religiosas

Gaúcho radicado em Brasília, o autor de 80 anos acredita que escrever é um caminho para se refletir


Nahima Maciel
Publicação: 04/08/2014 06:09 Atualização:

Escrever, segundo Eugênio Giovenardi, é um caminho para refletir sobre os dois aspectos da vida que mais preocupam o gaúcho nascido em Casca (RS) há 80 anos. O primeiro aparece em praticamente todos os seis romances e é tema do ensaio mais recente, No meio do caminho, lançado no mês passado: a existência ou não de um Deus todo-poderoso capaz de comandar o cérebro humano. O segundo, mais presente em quatro ensaios lançados nas últimas duas décadas, está voltado para o meio ambiente, o futuro do planeta, a economia e o desenvolvimento lançados nas últimas duas décadas. É uma combinação de temas filosóficos que fazem o escritor encarar os rumos da humanidade com certa preocupação.

Giovenardi passou boa parte da adolescência e dos primeiros anos da vida adulta em seminários. Esteve em sete instituições, foi ordenado padre, pregou, mas não resistiu ao questionamento sobre a fé em um poder divino e, em 1967, saiu da chamada “prisão física”. Deixou a igreja e foi fazer doutorado em sociologia do desenvolvimento em Paris. Em meio às barricadas montadas pelos estudantes em maio de 1968, durante uma caminhada no Quartier Latin, entrou em um café para evitar os enfrentamentos e conheceu a jornalista finlandesa Hilkka Maki, que cobria o tumulto para um jornal de Helsinque.

Antes de voltar para o Brasil, estava casado e impregnado de uma série de questionamentos que o levaram à temática de No meio do caminho. “Esse livro é a biografia do meu pensamento. É a gênese e a evolução do meu pensamento”, avisa. A organização da Igreja Católica, a ideia de Deus, o celibato, a sexualidade nos meios religiosos, a liberdade de pensar, a imortalidade da alma e a origem da vida pautam o escritor. “A Igreja sempre foi uma espécie de supermercado, e um dos produtos que se pode comprar é Deus e alguns conceitos”, diz Giovenardi. Depois de deixar a organização, ele conta que levou 15 anos para se libertar da “prisão teológica/cultural”.

http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/diversao-e-arte/2014/08/04/interna_diversao_arte,440551/escritor-eugenio-giovenardi-lanca-livro-que-questiona-crencas-religiosas.shtml

sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Corpo do ambientalista Ibsen Câmara será cremado nesta sexta-feira


Defensor da Mata Atlântica, o almirante morreu aos 90 anos, depois de sofrer uma queda no Rio de Janeiro

Agência Brasil
Publicação: 01/08/2014 12:01
 
O corpo do almirante Ibsen de Gusmão Câmara será cremado nesta sexta-feira (1º) às 14h, no Cemitério do Caju, na zona norte da cidade do Rio de Janeiro. Ambientalista que se engajou em lutas como o combate à caça de baleias e a defesa da Mata Atlântica, Câmara faleceu na última quarta-feira (30), aos 90 anos, devido a ferimentos de uma queda. Seu corpo será velado no Memorial do Carmo, no Caju.

Ibsen se engajou na década de 1970, no combate a companhias pesqueiras japonesas que caçavam baleias no litoral brasileiro. Segundo a Fundação S.O.S Mata Atlântica, da qual participava como integrante do Conselho Consultivo, ele teve papel fundamental na criação de unidades de conservação marinhas como a Reserva Biológica Atol das Rocas, em 1979, e o Parque Nacional Marinho de Abrolhos, em 1983.

Ainda de acordo com a fundação, Câmara elaborou, em 1992, o Plano de Ação para a Mata Atlântica, que teve as primeiras bases para a conservação do bioma. Mais recentemente, deu contribuições para a elaboração da Política Nacional para a Conservação e Uso Sustentável do Bioma Marinho.

http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/brasil/2014/08/01/interna_brasil,440291/corpo-do-ambientalista-ibsen-camara-sera-cremado-nesta-sexta-feira.shtml