11/01/2013 08:25
G1
AP/BBC
Foto de arquivo do Greenpeace mostra área desmatada para dar lugar a plantações de soja no Pará
Ao avançar pela região, que entre estudiosos passou a ser chamada de Mapitoba (agregando as iniciais de cada Estado), a soja passa a ocupar o centro-norte do Cerrado, a última região do bioma em que ainda não estava presente.
Segundo ele, pequenos e médios produtores têm promovido desmatamentos ilegais na Mapitoba, que abriga as últimas áreas de Cerrado intactas.
Por ora, no entanto, ele diz que o plantio de soja na região é praticado em sua maioria por grandes produtores. Esses, afirma, são mais capazes de arcar com os desafios logísticos da região e costumam respeitar a legislação ambiental.
A postura reflete as cada vez maiores exigências de compradores, que não querem ser associados à destruição do meio ambiente.
Pastagens
Ainda assim, de acordo com o Código Florestal atual, propriedades no Cerrado podem usar até 65% de suas terras para a atividade agropecuária, o que abre margem para novos desmates, ainda que legais. Somente 3% do território do Cerrado está protegido por unidades de conservação federal ou estadual.
Moreira diz, porém, que o Brasil poderia expandir plantações de soja sem desmatar nada. Ele cita cálculo do governo federal que apontou a existência de 200 milhões de hectares de pastagens no Brasil.
Segundo ele, é possível transformar até 30% das áreas hoje ocupadas por pastos em plantações, sem prejuízos para os pecuaristas. "Há incentivos financeiros do governo para que isso ocorra."
Enquanto isso, diz o coordenador da WWF, instituições ambientalistas têm negociado com grandes compradores mundiais da soja a conservação de áreas prioritárias do Cerrado.
Hoje, os compradores já concordaram em proibir a comercialização de soja produzida em áreas de floresta recém-desmatada, o que inclui área do Cerrado conhecida como Cerradão. Agora os ambientalistas tentam incluir na lista regiões do Cerrado com vegetação mais baixa e rala.
Caso consigam, Moreira prevê que, até 2023, serão desmatados 3% adicionais da área de Cerrado.
"Se expandirmos a produção de acordo com essas regras e se houver respeito ao Código Florestal, em dez anos podemos ter condições de negociar um desmatamento zero."
Acordo na Amazônia
Na Amazônia, apesar da expectativa de expansão da soja nos próximos anos em Rondônia e no Pará, negociações entre compradores e ambientalistas já tiveram avanços mais sólidos.
Em 2006, a Abiove (Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais), a ANEC (Associação Brasileira de Exportadores de Cereais), o Greenpeace e outras entidades assinaram um acordo batizado de Moratória da Soja.
"Acreditamos que o acordo foi um dos motivos para a diminuição no desmatamento na Amazônia nos últimos anos", afirma Rômulo Batista, do Greenpeace.
Fonte: http://primeiraedicao.com.br/noticia/2013/01/11/ambientalistas-tentam-minimizar-impacto-da-expansao-da-soja
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